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As autoridades russas detiveram oito pessoas por suspeitas de terem estado envolvidas no ataque da semana passada à ponte que liga a Rússia à península da Crimeia (região da Ucrânia sob controlo russo desde 2014) e que motivou um conjunto de ataques russos contra a Ucrânia como vingança.

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A informação foi avançada na manhã desta quarta-feira pela agência russa Tass, que cita um comunicado dos serviços de informações russos, FSB: “O Serviço Federal de Segurança, em conjunto com o comité de investigação, determinou que o organizador do ataque terrorista contra a ponte da Crimeia foi a Direção Geral de Informações do Ministério da Defesa Ucraniano, o seu líder Kirill Budanov, os seus funcionários e agentes”, lê-se no comunicado.

Oito pessoas foram detidas, incluindo cinco russos e três cidadãos da Ucrânia e da Arménia. No total, foram identificadas 12 pessoas alegadamente envolvidas no ataque à ponte.

Na sequência do comunicado do FSB, as agências russas estão a divulgar novos detalhes sobre o modo como o ataque à ponte terá sido levado a cabo pelas autoridades ucranianas. Segundo as agências, tudo terá começado em agosto deste ano, quando a carga explosiva foi enviada de Odessa para um porto búlgaro, de onde seguiu para um porto na Geórgia.

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Foi a partir da Geórgia que a carga explosiva entrou na Rússia, dentro de um camião, alegadamente com documentos de transporte falsos. O camião explodiu no dia 8 de outubro quando passava sobre a ponte da Crimeia, no momento em que a ponte era também cruzada por um comboio com tanques de combustível.

Segundo o FSB, o dispositivo foi camuflado em “22 paletes de rolos de filme plástico com um peso total de 22.770 quilos”.

A ponte de Kerch, conhecida também como ponte da Crimeia, garantia a ligação por terra da península ao território russo, facilitando o envio de munições às tropas russas. Na sequência da explosão, o Presidente russo, Vladimir Putin, descreveu o caso como um “ataque terrorista” levado a cabo pela Ucrânia.

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De Kiev não chegou, para já, uma reivindicação, mas vários altos responsáveis do Governo ucraniano recorreram às redes sociais para celebrar, nomeadamente o conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak. Numa publicação no Twitter fez questão de partilhar uma fotografia da ponte em chamas com a legenda “Crimeia, a ponte, o início”. Deixou também uma ameaça: “Tudo o que é ilegal deve ser destruído, tudo o que foi roubado deve ser devolvido à Ucrânia, toda a ocupação da Rússia deve ser expulsa”.

Esta quarta-feira, a Maxar Technologies, empresa que tem acompanhado o conflito na Ucrânia, divulgou imagens de satélite que mostram que os trabalhos de reconstrução na ponte de Kerch já estão a progredir.

Nas imagens é possível observar carros a circular na ponte, bem como ferrys a transportar carrinhas no estreito de Kerch.