O regresso à titularidade, mais um jogo em branco, as dúvidas do costume em relação à próxima partida. Depois do primeiro golo na Premier League que fez a reviravolta frente ao Everton, que coincidiu com o 700.º golo por clubes ao longo de 20 anos, Cristiano Ronaldo voltou a ser titular pelo Manchester United diante do Omonia mas ficou de novo em branco, num encontro dominador mas sem grande qualidade dos red devils que terminou com uma vitória pela margem mínima com golo nos descontos de McTominay. Agora, a dúvida do costume que pouco poderiam antever em 2022/23: continuaria o número 7 como titular no regresso do Campeonato? Em condições normais não… a não ser que Martial ficasse de fora.

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“O jogo com o Newcastle será como qualquer jogo. Respeitamos o adversário, é uma equipa forte e temos de estar no nosso melhor para conseguir o resultado que pretendemos. Os jogos importantes estão agora a começar a chegar e temos de estar concentrados. Com bola, dentro dos princípios que falamos, eles têm liberdade, mas a defender existem regras. A defender não há ‘ses’ ou ‘mas’, temos de estar 100% focados e disciplinados para seguir essas regras. Se não for assim, vamos ser castigados e queremos evitar isso”, destacara Erik ten Hag antes da receção ao Newcastle, sem saber ainda se contaria com Martial.

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“Ainda é muito cedo, teremos de esperar para ver o que acontece nas próximas horas”, explicara o técnico neerlandês. “Claro que esperamos que possa ainda recuperar mas se isso não acontecer existem outros jogadores que estão disponíveis. O mais importante é criar uma equipa competitiva, depois também os suplentes podem fazer diferença. Haverá outro se não jogar e teremos sempre 20 nomes na lista para tentarmos chegar à vitória”, explicara sem nunca falar de Ronaldo, numa fase em que o avançado francês, quando joga, é o elemento com rendimento mais eficaz entre os jogadores mais ofensivos.

Um Big McTominay que teve de entrar para fazer o que ninguém estava a conseguir: dar a vitória ao Manchester United

Depois do autêntico “atropelo” no dérbi frente ao City (onde Martial conseguiu reduzir no final de 6-1 para 6-3), o United tinha conseguido somar dois triunfos frente ao Omonia além da vitória em Liverpool com o Everton, podendo agora em caso de vitória subir aos lugares de acesso à Champions numa fase em que Arsenal e City vão disparados na frente e o Tottenham quer também colar-se aos lugares cimeiros do pódio. Também por isso, e na antecâmara do Liverpool-Manchester City, o encontro assumia especial importância. E teve um início quase simbólico, com o antigo treinador e lenda, Alex Ferguson, a descer ao relvado para uma pequena homenagem a Ronaldo pelos 700 golos e a David de Gea pelos 500 jogos.

As dificuldades esperada na antecâmara da partida começaram a confirmar-se desde início, com a equipa da casa a conseguir apenas visar a baliza de Nick Pope de meia distância (primeiro Fred, depois Jadon Sancho) e o Newcastle a mostrar-se sempre um conjunto muito competitivo, capaz de jogar no último terço de campo, a criar sensação de perigo nas bolas paradas e a ter a oportunidade mais flagrante do primeiro tempo com Joelinton a aproveitar um livre de Trippier que bateu na barreira para acertar na trave e no poste na mesma jogada (24′). O maior protagonismo de Antony na parte final, com um remate para defesa de Pope e uma assistência para o desvio de cabeça ao lado de Bruno Fernandes, ainda deu ideia de que o Manchester United poderia colocar-se em vantagem para o descanso chegaria mesmo sem golos.

No segundo tempo, e apenas no quarto de hora inicial, tudo mudou. Até foi o Newcastle a deixar o aviso inicial com uma recuperação em zona alta com remate mas os red devils foram crescendo, tiveram um golo anulado por fora de jogo de Ronaldo antes de marcar no início da jogada, viram o português marcar num lance para os “apanhados” em que entendeu que o defesa contrário já tinha tocado para Nick Pope e como tal o jogo estava a decorrer (o árbitro não teve essa ideia) e ficaram a pedir duas grandes penalidades sobre Ronaldo – que viu amarelo nesse lance – e Jadon Sancho que o VAR mandou seguir. Aos 70′, e em mais um momento que vai dar muito que falar, Ten Hag trocou Ronaldo por Rashford, com o português a manifestar de forma bem visível o descontentamento dizendo várias vezes “Eh pá vai para o c*****” antes de dizer a Antony que não percebia a troca e sentar-se no banco acenando com a cabeça em sinal de discordância. Os minutos passaram e nada mudou, com mais dois pontos perdidos em casa e com Rashford a falhar a última oportunidade flagrante nos descontos, de cabeça na pequena área (90+3′).