“O Manchester United está a desrespeitar o Cristiano Ronaldo. Acho que o deviam ter deixado ir muito antes do final da janela de transferências. O treinador está-se a agarrar a ele. Não podes dizer que precisas de opções e depois deixar o Ronaldo no banco. É um dos melhores jogadores de sempre (…) É verdade que já o lançou em jogos da Liga Europa mas prevê-se que esta situação vá ficar cada vez mais feia à medida que a temporada avançar. Sentar Cristiano no banco do Manchester United semana após semana a fio não vai ser bom. Sinto que deixá-lo no banco é ridículo para um jogador com o seu estatuto. Mesmo hoje… Se podia tê-lo lançado no jogo? Claro que podia. Basta olhar para o recorde de golos que ele tem. Se estiver dentro da área, marcará sempre golos”, tinha comentado o ex-capitão Roy Keane na Sky Sports após o autêntico atropelo do City no dérbi e da justificação de Erik ten Hag para não lançar o português.

Olá, Manchester. O meu nome é Haaland e sou o novo dono da cidade (a crónica do 6-3 do City ao United)

“Acho que é mais desrespeitoso colocar o Cristiano a para jogar numa noite de quinta-feira na Liga Europa do que com o Manchester City. Este homem é um astro mundial. Não estou a dizer que, aos 37 anos, deva começar em todos os jogos, especialmente os jogos grandes. Mas esta é uma competição para a qual é difícil ficar motivado”, assumiu o também ex-capitão Paul Scholes na BT Sport, a propósito de mais um encontro onde tudo acabou por correr mal ao avançado, entre uma bola de baliza aberta que acertou na trave e uma aparente tentativa de remate que deu assistência no triunfo por 3-2 frente ao Omonia.

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São Marcus teve de entrar para marcar, assistir e ser o salvador de Erik e companhia (a crónica do Omonia-Manchester United)

Com ou sem Ronaldo em campo, o quotidiano do United anda sempre à volta do português e o The Times juntou o sal e pimenta para fechar a semana que estava ainda por contar, com um artigo onde descreve o número 7 como alguém “descontente” e “furioso” com Erik ten Hag, colocando mesmo em causa todos os seus métodos de treino para colocar de “forma teimosa” a equipa a jogar como faz o Ajax. Ainda assim, e à semelhança do que também é habitual, sobraram palavras de crença para melhores tempos de Ronaldo na presente temporada a começar por um dos seus companheiros de ataque, Marcus Rashford, na semana em que o português assinalava o 20.º aniversário do primeiro golo como sénior numa Liga.

“É um jogador inacreditável desde que o comecei a ver, enquanto jovem. É um prazer jogar com ele. Podemos continuar a criar, e, quando ele começar a marcar golos, não vai parar. Só temos de continuar a tentar colocar a bola no sítio certo, quando ele está em frente à baliza. Depois de um jogo como aquele [contra o Manchester City], não interessa contra quem ou onde jogas, só interessa ganhar”, comentou ao portal Goal o internacional inglês, na antecâmara da deslocação do United a Liverpool para defrontar o Everton. Aquilo que Rashford e todos os outros tanto queriam aconteceu mesmo e, apesar de ter de novo começado no banco, o português conseguiu marcar o primeiro golo da época no Goodison Park.

O encontro até começou mal para os red devils, que começaram praticamente a perder com um grande golo de Alex Iwobi de fora da área que colocou o Everton na frente (5′). No entanto, e ao contrário do que aconteceu noutros jogos, a reação do Manchester United foi positiva. Com posse, com a tentativa de exploração de espaços, com saídas rápidas quando recuperava bola em zonas adiantadas. E foi assim que nasceu o empate a fechar o quarto de hora inicial, com Bruno Fernandes a recuperar a meio-campo, Martial a fazer a assistência e Antony a rematar em arco de pé esquerdo (15′). Pouco depois, Pickford evitou a reviravolta de Eriksen com uma grande defesa, numa fase em que os visitantes chegaram a ter durante cinco minutos um total de 95% de posse. À meia hora, Martial lesionou-se e entrou Ronaldo.

As duas primeiras ações não foram propriamente as mais felizes. Primeiro, o número 7 recebeu uma bola na área que parecia levar a direção de Bruno Fernandes, o médio português ainda marcou na sequência da jogada mas o lance estava anulado por fora de jogo (36′); depois, Ronaldo recebeu a descair para a direita, tentou a iniciativa individual com remate de longe mas a tentativa saiu fraca (41′). Continuava a malapata do goleador mas não iria durar muito mais tempo, com Casemiro a ter um passe fantástico a explorar a profundidade que apanhou CR7 em velocidade para o remate de pé esquerdo que fez o 2-1 (44′), quebrando uma série de 222 minutos em sete jogos sem marcar na Premier (marcou de penálti na Liga Europa ao Sheriff, naquele que era o único remate certeiro da temporada até ao momento).

Nos festejos, uma nova “coreografia” que até foi acompanhada por Antony, de olhos fechados e em posição zen como se tivesse recuperado finalmente a paz em campo com aquele golo festejado de uma forma diferente por todos os companheiros. Até para o próprio Ronaldo, que recuperou o sorriso com o alívio do momento, houve uma nova vida na partida, tendo deixado mais uma ameaça de cabeça depois de um cruzamento de Diogo Dalot da direita que saiu por cima (58′). Rashford ainda marcou nos minutos finais, o golo foi anulado por ter tocado com o braço, David de Gea teve uma intervenção determinante no primeiro minuto de descontos que segurou o 2-1 mas o United acabaria mesmo o encontro com o regresso às vitórias no jogo que coincidiu também com o regresso aos golos (decisivos) do português.