[Em atualização]

As denúncias que a comissão que investiga os abusos sexuais de menores na igreja enviaram para o Ministério Público deram origem a 10 investigações. Neste momento, segundo a Procuradoria-Geral da República, quatro processos continuam em investigação e outros seis já foram arquivados. Nalguns casos, assume o Ministério Público, as investigações foram arquivadas porque “por não ter sido possível apurar a identidade dos ofendidos, nem dos autores dos factos”.

Comissão Independente recebeu 424 testemunhos de abusos

Os inquéritos já alvo de arquivamento estavam a ser investigados em Cascais, Vila Real, Sesimbra e Loures.

Na informação que a PGR enviou ao Observador, é referido que também a Igreja fez chegar um conjunto de denúncias às autoridades judiciais. “A Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis entregou na PGR, no decurso do mês de agosto, três denúncias relativas a eventuais abusos sexuais de crianças por parte de membros da Igreja e de outras pessoas a ela ligadas”, refere o esclarecimento da PGR. Essas denúncias feitas pela própria estrutura da Igreja para a prevenção de abusos no seio da instituição — uma das quais, “envolvendo vários nomes” — “foram remetidas às competentes estruturas do Ministério Público, onde foram instaurados seis inquéritos”. Neste caso, todas as denúncias estão ainda em investigação por parte do Ministério Público.

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Até ao momento, acrescenta a mesma nota, a Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica em Portugal fez chegar um total de “dezassete denúncias anónimas relativas a eventuais abusos sexuais de crianças por parte de membros da Igreja e de outras pessoas a ela ligadas”. Ainda não consta deste universo as 30 denúncias que os responsáveis da comissão liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht estava a analisar na semana passada — e que poderiam dar lugar a novas participações ao Ministério Público.

O Observador sabe que o caso de Sintra se refere ao padre de Massamá e que o MP não chegou sequer a delegá-lo à Polícia Judiciária para investigação.

A PGR faz ainda referência a uma denúncia apresentada diretamente por um membro da Igreja, já este ano, e que foi analisada no Departamento de Investigação e Ação Penal de Sintra. Mas essa investigação foi, também, arquivada “por prescrição”, refere a mesma nota.

No caso das investigações que já foram alvo de um despacho de arquivamento, a PGR refere que, além de não ter sido possível chegar à identidade de ofendidos e dos suspeitos dos crimes, também haverá casos em que os crimes prescreveram; os factos já foram investigados anteriormente; ou porque o suspeito já morreu.