A Guiné Equatorial vai fechar as suas fronteiras a partir de 31 de outubro e assim se vão manter até depois das eleições de 20 de novembro, para garantir que o escrutínio “decorra com total normalidade”, anunciou fonte oficial.

Num comunicado publicado na rede social Facebook pela assessoria de imprensa do vice-presidente da República, Nguema Obiang Mangue, informa que “instruiu as forças armadas para proteger as zonas fronteiriças”.

“Com esta medida de segurança, pretende-se impedir a infiltração de grupos violentos para boicotar as eleições de 20 de novembro”, justifica a nota.

O comunicado precisa que o vice-presidente, filho do Presidente da República, Teodoro Obiang, considerou que “para garantir o bom desenrolar das eleições, as Forças Armadas da Guiné Equatorial” deverão exercer “vigilância extrema nas fronteiras e barreiras terrestres e marítimas, durante uma reunião realizada com altos comandos militares”.

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As fronteiras serão reabertas após os confrontos eleitorais. Esta decisão é tomada, segundo Nguema Obiang Mangue, para garantir a segurança de todos os candidatos até ao dia da votação”, conclui a nota.

O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, vai candidatar-se pelo Partido Democrático da Guiné Equatorial a um novo mandato nas eleições presidenciais antecipadas de 20 novembro.

Obiang governa o país desde 1979, quando derrubou o seu tio Francisco Macías num golpe de Estado, e é o Presidente há mais tempo em exercício no mundo.

A campanha eleitoral terá início em 3 de novembro e terminará em 18 de novembro.

As anteriores eleições presidenciais foram realizadas em abril de 2016, quando Obiang foi reeleito com pouco mais de 95% dos votos, um resultado marcado por alegações de fraude por parte dos candidatos da oposição e da comunidade internacional.

A Comissão Eleitoral Nacional (CEN) validou em 14 de outubro as candidaturas para as eleições presidenciais, legislativas, senatoriais e municipais, previstas para 20 de novembro, indicou a televisão estatal TVGE.

Além de Obiang – que se apresenta pelo Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), partido único até 1991 nesta antiga colónia espanhola -, a lista de candidatos presidenciais conta também com Andrès Esono Ondo e Buenaventura Monsuy Asumu.

Andrès Esono Ondo, que concorre pela primeira vez, será o candidato da Convergência para a Democracia Social (CPDS), o único partido da oposição que não está ilegalizado.

Já Buenaventura Monsuy Asumu, do Partido da Coligação Social-democrata (PCSD), até agora aliado do PDGE nos escrutínios legislativos e municipais, concorre pela terceira vez.

O PGDE detém 99 dos 100 lugares da Assembleia nacional cessante e a totalidade dos 55 assentos do Senado.

Desde a sua independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial tem sido considerada pelas organizações de direitos humanos como um dos países mais corruptos e repressivos do mundo, devido a acusações de detenção e tortura de dissidentes e alegações de fraude eleitoral repetida.

A Guiné Equatorial é, desde 2014, um dos nove Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).