Em certos aspectos, a instalação da fábrica europeia da Tesla em Berlim tem sido a que mais dificuldades enfrentou, mesmo quando comparada com a chinesa ou as duas norte-americanas, respectivamente na Califórnia e no Texas. Apesar de estar instalada num terreno proposto e vendido pelo Estado de Brandemburgo, a construção foi ameaçada (e atrasada) porque, ao que parece, lagartos e cobras estavam a procriar à época nas árvores que era necessário abater para construir a fábrica.
Os ambientalistas continuaram a pressionar, já depois do problema dos reptéis estar ultrapassado, com a Tesla a queixar-se que estes amigos do ambiente pareciam mais permissivos quando se tratava de marcas alemãs. Mas a fábrica norte-americana finalmente arrancou tornando-se, de longe, a fábrica de veículos eléctricos maior e mais produtiva na Alemanha.
Especulou-se muito sobre a decisão da Tesla investir na Alemanha, o que na realidade equivaleria a meter-se “na boca do lobo”, em termos de indústria automóvel, ou não enfrentasse no terreno do adversário os rivais germânicos, que têm imprensa, sindicatos e até o Governo do seu lado. Mas apesar de todos os problemas, a Tesla continua a apostar na possibilidade de fabricar em solo europeu, para fornecer os clientes locais, contando com o que considera ser a melhor rede de fornecedores.
A prova está no facto de a Tesla, que ainda não explorou por completo a área original das suas instalações fabris, apesar de já estar a produzir 5000 unidades por semana (o que equivale a uma produção anual a este ritmo de 260.000 veículos/ano), ter solicitado e obtido autorização para expandir a Gigafactory 4 de Grünheide, nos arredores Brandemburgo. Em resumo, são mais 70 hectares de terreno que já está a ser desbravado, para se iniciar a ampliação das instalações fabris. Isto apesar de Elon Musk ter anunciado que a fábrica estava oito meses atrasada, o que originou perdas de vários milhares de milhões de euros. Será uma boa aposta?
