Um batalhão inteiro de russos recrutados e forçados a combater na Ucrânia (isto é, que não se voluntariaram) terá sido dizimado na última semana na cidade de Makiivka, localizada na região de Lugansk, no leste da Ucrânia.
O relato foi feito por um alegado sobrevivente deste batalhão, Aleksey Agafonov, ao meio de comunicação russo Verstka, não estatal e desalinhado face ao Kremlin, noticiam o jornal britânico The Daily Telegraph e a publicação ucraniana Ukrainska Pravda.
De acordo com o relato deste alegado sobrevivente, dos 570 elementos deste batalhão, 29 conseguiram sobreviver e 12 ficaram feridos — “todos os restantes” (mais de 500) “estão mortos”.
Segundo o Ukrainska Pravda, o comandante deste batalhão terá prometido aos seus integrantes que seriam levados para Svatove, para se juntarem à “força de defesa territorial” local, ficando a 15 quilómetros de distância da linha da frente dos combates. Porém, há menos de uma semana, a 2 de novembro, os planos alteraram-se e a unidade foi deslocada para uma zona próxima de frente de combates. Este foi o relato de Aleksey Agafonov:
Fomos atirados para a floresta e foi-nos ordenado que nos entrincheirássemos. Só tínhamos três pás para o batalhão e não existia qualquer tipo de apoio. Ficámos em trincheiras o melhor que conseguimos e durante a manhã o ataque [das forças ucranianas] começou. (…) Quando se iniciou, os oficiais fugiram de imediato. Entre ataques, tentámos colocar-nos em trincheiras mas os helicópteros viram-nos imediatamente e simplesmente dispararam sobre nós”.
Já segundo o The Telegraph, este sobrevivente russo terá garantido ao Ukrainska Pravda que não existiam, por exemplo, quaisquer provisões. E uma das mulheres de um membro deste batalhão é também citada, referindo que os combatentes “não dormiam, não comiam e durante três dias asseguraram a linha de defesa e não fugiram para lado nenhum, ao contrário dos comandantes”.