Foi a Bosch que forneceu o software fraudulento aos grupos Volkswagen e Fiat-Chrysler, destinado a reduzir as emissões dos veículos durante os testes de homologação de consumos e emissões. Segundo a Automotive News, a Volkswagen já teve de suportar mais de 30 mil milhões de dólares entre multas e compensações, enquanto a Fiat-Chrysler foi alvo de vários processos, que lhe custaram 300 milhões em acordos, 311 milhões em penalizações cíveis e 183 milhões em compensações a clientes. A Bosch, que anteriormente já tinha pago 400 milhões devido ao seu envolvimento no escândalo do Dieselgate, desembolsa agora mais 25 milhões só para resolver o diferendo com o Estado norte-americano da Califórnia.
Tendo desenvolvido o software malicioso que foi instalado em pelo menos 11 milhões de veículos, considerando os modelos vendidos pelo Grupo VW, a Bosch tem óbvias responsabilidades no processo de manipulação do resultado dos testes, apesar da maior responsabilidade caber aos construtores. E daí as penalizações mais pesadas, dependendo do número de veículos vendidos nestas condições.
O software concebido pela Bosch era capaz de detectar o início do ciclo de testes para determinação dos consumos e emissões, adaptando-se de forma a diminuir os dados medidos, ainda que à custa de uma menor potência e de uma capacidade de aceleração mais reduzida. A redução das emissões resultava sobretudo da queima de uma quantidade de combustível inferior, que passava sem ser detectada, uma vez que os testes são simulados sobre um banco de rolos.
O mais recente processo movido contra a Bosch é liderado pelo procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, que negociou com o conhecido fornecedor alemão da indústria automóvel a multa de 25 milhões de dólares. A Bosch aceitou a proposta, como forma de resolver o contencioso com o Estado, mas o acordo assinado tem ainda de ser ratificado pelo tribunal, o que deverá acontecer nos próximos dias.