Juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil insultados e assediados pelas ruas de Nova Iorque esta segunda-feira, apelidaram estes manifestantes de antidemocráticos.
“Eu acho esses protestos antidemocráticos, não civilizados e não contribuem para o clima que queremos para o nosso país, e no próprio mundo”, disse, à imprensa brasileira em Nova Iorque, o juiz Ricardo Lewandowski.
“A liberdade de manifestação é totalmente livre, o que não vale é agressão, a tentativa de perturbação de um evento que se realiza com normalidade”, afirmou, na mesma ocasião, o juiz Gilmar Mendes.
Além de Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes e o ex-presidente brasileiros Michel Temer foram ofendidos por ‘bolsonaristas’ ao longo do dia de hoje em Nova Iorque.
Em Nova Iorque para participarem num conferência, estas personalidades foram vítimas de insultos e assédios por parte de manifestantes brasileiros, que se recusam a aceitar a derrota de Bolsonaro, um pouco em Nova Iorque, em vários lugares, como à porta dos seus hotéis, enquanto passeavam pelas ruas da cidade, ou mesmo em restaurantes, como mostram vídeos partilhados nas redes sociais.
O Supremo Tribunal Federal já emitiu uma nota na qual “repudia os ataques sofridos por ministros da Corte, em Nova Iorque”
A democracia, fundada no pluralismo de ideias e opiniões, a legitimar o dissenso, mostra-se absolutamente incompatível com atos de intolerância e violência, inclusive moral, contra qualquer cidadão”, acrescentou.
Logo depois do resultado eleitoral de 30 de outubro, camionistas encenaram centenas de bloqueios de estradas por todo o país nos três dias após as eleições, mas levantaram os protestos após Bolsonaro ter apelado aos seus apoiantes para que não cortassem a livre circulação dos cidadãos.
Em 2 de novembro, um feriado público, milhares de pessoas manifestaram-se fora dos quartéis militares nas principais capitais do Brasil para pedir um golpe de Estado contra os resultados eleitorais.
Embora a intensidade dos protestos tenha diminuído significativamente desde então, alguns pequenos grupos ainda insistem em manifestar-se em frente a quartéis espalhados pelo país apelando aos militares que façam um golpe de Estado.
Com 100% dos votos contados, Luiz Inácio Lula da Silva ganhou as eleições presidenciais de domingo por uma margem estreita, recebendo 50,9% dos votos, contra 49,1% para Jair Bolsonaro, que procurava um novo mandato de quatro anos.
Lula da Silva assumirá novamente a Presidência do Brasil em 01 de janeiro de 2023 para um terceiro mandato, após ter governado o país entre 2003 e 2010.