A concelhia de Évora do PSD manifestou-se esta terça-feira preocupada com o que considera ser a “situação caótica” nas urgências do hospital da cidade, que atribui à “falta de médicos, enfermeiros e assistentes operacionais”.

Em comunicado, o partido disse ter tido acesso a denúncias de médicos e enfermeiros do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) nas quais é referido que “o número de profissionais nestes serviços se encontra muito abaixo do legalmente requerido”.

A situação “resulta em prolongados tempos de espera para os doentes serem assistidos, menor qualidade dos serviços prestados e aumento da possibilidade de erros dos profissionais, que se encontram em grande exaustão e sob stress contínuo”, alegou.

Na segunda-feira, em comunicado ao final do dia, o HESE apelou aos utentes para que recorram à linha SNS 24 antes de se dirigirem ao hospital, de forma a serem orientados de acordo com o grau de gravidade, devido à “afluência elevada” aos serviços de urgência geral e urgência pediátrica.

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Os serviços têm “as escalas preenchidas com as especialidades habituais”, mas “verifica-se uma procura significativa de utentes com situações clínicas mais graves que exigem mais cuidados, mais complexos e demorados”, explicou o hospital, nessa mesma comunicação.

A concelhia de Évora do PSD indicou esta terça-feira que um conjunto de enfermeiros do HESE “solicitou, em setembro passado, escusa de responsabilidade” e que, apesar disso, mantêm-se “as péssimas condições de trabalho”.

“Existem turnos em que um enfermeiro tem de assumir a responsabilidade de um balcão inteiro na urgência” e “assistir 20 ou 30 doentes, o que não é admissível”, salientou, frisando que “legalmente deveriam estar três enfermeiros por balcão”.

O PSD de Évora argumentou que o HESE recorre “indiscriminadamente à utilização de médicos internos e de tarefeiros”, o que “será uma das causas para que, pela primeira vez, no preenchimento das vagas do internato, o hospital seja o menos apetecível da região, ficando vagas de médicos internos por preencher”.

A par da “falta de material hospitalar” e stocks de fármacos “constantemente em rotura”, também existem denúncias de que em relação aos assistentes operacionais, em alguns turnos, “chegam a faltar 60% do número de profissionais previstos”, acrescentou.