O ministro do Ambiente das Maldivas, Aminath Shauna, confirmou à Associated Press que existe “um potencial acordo sobre perdas e danos”, o que quer dizer que países como as Maldivas poderão ter um “mosaico de soluções pelas quais temos feito campanha”. Uma fonte da União Europeia confirmou o mesmo à AFP, mas esta proposta ainda não foi a votos.
A criação de um fundo para cobrir as perdas e danos sofridos por países vulneráveis que sofrem de clima extremo é um dos pontos de discussão da cimeira do clima da ONU (COP27), que decorre em Sharm el-Sheikh, no Egito, até esta semana. As negociações obrigaram a estender as datas da cimeira, que devia ter terminado esta sexta-feira.
De acordo com a Associated Press, a proposta foi apresentada este sábado pela Presidente egípcia. Esta refere que os países desenvolvidos devem contribuir para o fundo, que contará ainda com a ajuda de instituições públicas e privadas, como as instituições financeiras internacionais.
O texto não diz, no entanto, que as principais economias emergentes, como a China, terão de contribuir para o fundo, uma questão chave para a União Europeia e Estados Unidos da América. Não associa também o novo fundo a um aumento dos esforços na redução das emissões de CO2 e não refere quaisquer restrições que podem ser eventualmente impostas aos países aos quais a ajuda se destina.
A proposta terá de ser aprovada ainda este sábado por unanimidade.
Ambientalistas dececionados com os resultados
Um texto sem ambição. É assim que os ambientalistas olham para o rascunho apresentado, uma vez que pouco ou nada acrescenta em relação ao último texto, assinado em Glasgow.
“Embora o texto sublinhe a necessidade de aumentar urgentemente as energias renováveis através de uma transição justa para atingir o limite de 1,5°C, não vai além das declarações do Pacto de Glasgow sobre a eliminação gradual do carvão e a eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis ineficientes”, disse Sven Harmeling, especialista internacional em política climática da Climate Action Network Europe (CAN Europe), citado pela agência Lusa.
Já o Greenpeace fez “um apelo aos países da UE para que insistam com a presidência para que inclua uma conclusão sobre o abandono gradual do carvão, gás e petróleo”. Sem isso, não haverá progresso em relação a Glasgow e continuar-se-á no caminho para o inferno do clima”, como disse Pedro Zorrilla, o representante espanhol na delegação da organização à COP27.