Já são conhecidas as 24 instituições contempladas com o prémio Capacitar, que apoia projetos que melhoram a qualidade de vida das pessoas com deficiência, doença mental ou outras patologias, bem como das suas famílias.
Neste prémio – atribuído pelo BPI e pela Fundação “la Caixa” e que vai já na sua 13ª edição – há um especial enfoque na autonomia, empregabilidade e bem-estar dos beneficiários. Ao todo, serão cerca de duas mil as pessoas alcançadas diretamente com o apoio deste ano que totaliza um milhão de euros.
António Barreto, presidente do júri que analisou as 96 candidaturas e selecionou as 24 agora reconhecidas, admite que é difícil determinar o critério que mais pesa na decisão do grupo. Porém, “dentro dos valores definidos de apoio a pessoas com deficiência, assim como às suas famílias, é provável que a autonomia, a inserção e o emprego, que de certo modo se completam, sejam os critérios que mais influência têm nas decisões”, diz ao Observador.
As decisões e os votos dos membros do júri estão apoiados em juízos e pareceres muito minuciosos preparados pelas equipas de avaliadores. Assim, aspetos como a fiabilidade dos projetos, a solidez da entidade, a colaboração de voluntários, entre outros, contam também.”
Criado em 2010, o prémio Capacitar apoiou até hoje 276 iniciativas, no valor de 8,7 milhões de euros, tendo já beneficiado mais de 47 mil pessoas. Entre os 24 projetos contemplados este ano, dez estão particularmente focados na empregabilidade da pessoa com deficiência, doença mental ou outra patologia.
Para o presidente do júri, no que respeita a número e valores, “estes prémios serão talvez os mais significativos nacionalmente. Mas estamos muito longe de acorrer a todas as necessidades do país e das populações com deficiência”, enfatiza António Barreto. “Este setor da população é mais vasto que que por vezes pode parecer. E pode esconder uma população ‘invisível’, de que nem sempre nos damos conta”.
O sociólogo entende que, neste processo, “vitais são as entidades que na realidade dão apoio e ajudam. Os prémios destinam-se a elas, não para as recompensar, mas para permitir que cumpram melhor as suas vocações e as suas tarefas”. E deixa um apelo: “gostaríamos que estes prémios tivessem um efeito de estímulo e que outras instituições, outras empresas e outras entidades seguissem o exemplo ou se juntassem a nós com ações deste género e visando esta população tão vulnerável”.
António Barreto admite a importância que estes prémios têm na vida das pessoas e instituições onde chegam, mas tem consciência de que significam apenas um incentivo e uma ajuda para “fazer o bem”.
Estes prémios apoiam os esforços dos voluntários e de todos os que ajudam quem necessita, mas não mudamos a vida das pessoas e das instituições. Ainda assim, são uma pequena ajuda comparada com as necessidades.”
Por outro lado, saber que os prémios são entregues diretamente a quem ajuda, “a quem se esforça nos seus projetos quotidianos, dá garantia de que os meios e os recursos são bem aproveitados e chegam a quem devem chegar: os que ajudam e os que são ajudados”.
Além de António Barreto, integram o júri deste prémio os economista António Seruca Salgado e Carlos Farinha Rodrigues, Juana Prats Montmany, membro do Observatório de Incapacidade Física espanhol e diretora do Departamento de Colaborações com Entidades Sociais da Fundação “la Caixa”e Rafael Chueca Blasco, diretor de Ações Regionais da mesma instituição.
Instituições privadas sem fins lucrativos premiadas
- APPACDM de Évora: 32.770 euros
- Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo de Coimbra: 75 mil euros
- Associação Sócio-Cultural dos Deficientes de Trás-Os-Montes: 14.730 euros
- Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais: 34.520 euros
- Associação de Apoio à Juventude Deficiente de Matosinhos: 75 mil euros
- Associação de Famílias Solidárias com a Deficiência (Coimbra): 43.870 euros
- Associação Novamente – Apoio aos traumatizados cranioencefálicos e suas famílias (Cascais): 13.010 euros
- Associação Pais e Amigos Habilitar (Aveiro): 25.740 euros
- Associação PARA – Projeto de Apoio e Recursos para o Autismo (Pombal): 36.430 euros
- Associação Pró Cidadão Deficiente Integrado (Sever do Vouga): 34.500 euros
- Associação Regional de Reabilitação e Integração Sócio-cultural dos Açores (Ponta Delgada): 73.900 euros
- Associação de Solidariedade Social de Lafões (Oliveira de Frades): 22 mil euros
- CAID – Cooperativa de Apoio à Integração do Deficiente (Santo Tirso): 75 mil euros
- CAPITI – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Infantil: 44.340 euros
- Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor, CRL (Caldas da Rainha): 37.500 euros
- CERCIOEIRAS – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos com Incapacidade, CRl: 39.390 euros
- Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Cascais, CRL: 37.230 euros
- Fundação do Gil: 37.500 euros
- Grupo de Intervenção e Reabilitação Activa (Lisboa): 47.110 euros
- Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus – Casa de Saúde da Idanha (Sintra): 27.530 euros
- Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus – Clínica Psiquiátrica de S. José (Lisboa): 36.930 euros
- NECI – Núcleo Especializado para o Cidadão Incluso (Lagos): 21.940 euros
- Pedrinhas – Cooperativa de Solidariedade Social-Pedro Brazião Rodrigues CRL (Lousã): 71.480 euros
- Pressley Ridge – Associação de Solidariedade Social da Amadora: 70.610 euros
Este artigo faz parte de uma série sobre solidariedade social e é uma parceria entre o Observador, a Fundação “la Caixa” e o BPI. O Prémio Capacitar apoia projetos que melhorem a qualidade de vida de pessoas com deficiência, doença mental ou outras patologias. As instituições privadas sem fins lucrativos que pretendam candidatar-se à edição de 2023 poderão fazê-lo no início do próximo ano (datas a anunciar).
Mental é uma secção do Observador dedicada exclusivamente a temas relacionados com a Saúde Mental. Resulta de uma parceria com a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e com o Hospital da Luz e tem a colaboração do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Psicólogos Portugueses. É um conteúdo editorial completamente independente.
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