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O Kremlin adiou, esta segunda-feira, uma reunião com os Estados Unidos sobre o controlo de armas nucleares (NEW Start), que teria lugar no Cairo, no Egito. “A parte russa informou os Estados Unidos que adiou unilateralmente a reunião e se proporá novas datas”, disse a embaixada norte-americana em Moscovo ao jornal russo Kommersant.

Esta seria o primeiro encontro com os EUA desde que o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia. O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo também confirmou que o encontro, que se iria realizar de 29 de novembro a 6 de dezembro, foi adiado. “A sessão da comissão consultiva bilateral não terá lugar nas datas indicado e o evento adia-se para um data posterior”, indicou a diplomacia de Moscovo sem nunca especificar o motivo do adiamento.

A reunião tinha sido anunciada pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Riabkov, após uma reunião, em Ancara, em 14 de novembro, entre o diretor do Serviço de Informações Externas russo, Serguei Naryshkin, e o diretor da CIA, William Burns.

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Durante a reunião, os dois responsáveis pelos serviços secretos da Rússia e dos Estados Unidos discutiram o risco nuclear crescente e as tensões internacionais decorrentes da intervenção militar russa na Ucrânia.

Os Estados Unidos suspenderam o diálogo sobre controlo de armas na sequência da invasão russa da Ucrânia, que Moscovo lançou em 24 de fevereiro deste ano.

Em agosto, a Rússia informou Washington da sua decisão de proibir as inspeções in loco dos Estados Unidos ao seu arsenal de armas nucleares.

Moscovo alegou dificuldades em fazer as suas inspeções nos Estados Unidos devido às sanções ocidentais sobre autorizações de sobrevoo e vistos para os seus funcionários, decretadas em retaliação pela invasão da Ucrânia.

Em fevereiro de 2021, o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, prorrogaram por cinco anos o último tratado de desarmamento nuclear entre as duas potências, assinado em 2010.

O novo START, que inclui especificamente um sistema de inspeção dos arsenais, consistia em reduzir o número de ogivas nucleares em 30 por cento, para 1.550 por país. O tratado também limitou a 700 o número de mísseis balísticos intercontinentais utilizados em submarinos e bombardeiros estratégicos equipados para armas nucleares. Reduziu ainda para 800 o número de lançadores de mísseis intercontinentais em submarinos e bombardeiros estratégicos com armamento nuclear.

A Rússia ameaçou usar armas nucleares se for posta em causa a sua integridade territorial, conforme o protocolo em vigor no país sobre o recurso a este tipo de armamento.