São 21h30 do dia 24 de Dezembro. A imagem que vemos é a de uma câmara que filma a casa, a janela e a varanda dos portugueses. Todos eles, a um tempo, estão a colocar na mesa o jantar para celebrar a véspera de Natal. Contudo, há um elemento em comum a todas as casas: o Bacalhau da Noruega que é servido em todas as mesas, a fazer jus às 1001 formas de como, segundo consta, pode ser saboreado. Umas famílias preferem-no com azeite no forno, outras cozido, outras com broa, outras espiritual, outras numa “meia desfeita”… Poderíamos ficar o resto deste texto a citar formas de comer Bacalhau da Noruega.
Se este fosse um guião para um filme sobre Portugal, esta seria, sem dúvida, a cena que usaríamos para o iniciar. Mas afinal de onde vem esta história? Porque comem (quase todos) os portugueses bacalhau na ceia de Natal?
Tradições à mesa de Natal
O bacalhau sempre fez parte da dieta mediterrânea. É sabido que antigamente era um peixe de fácil conservação que não se estragava facilmente. No século XVI, a prática instituída obrigava a cumprir um período religioso de abstinência absoluta de carne que durava precisamente até à meia-noite do dia 24 de dezembro. Para além disso, a carne, na altura, era sinónimo de luxúria e muito associada ao pecado, ao contrário do peixe – bacalhau.
6 segredos sobre a demolha do bacalhau que pode ainda não saber
↓ Mostrar
↑ Esconder
- Deve passar o Bacalhau da Noruega por água antes de o pôr a demolhar para tirar o excesso de sal
- Durante a demolha a pele do bacalhau deve estar sempre virada para cima
- A demolha deve ser feita em água fria e, se estiver calor, deve ser feita no frigorífico
- Atenção, a água deve ser mudada de 8 em 8 horas e o tempo médio de demolha é de 48 horas. As postas mais finas retiram-se primeiro.
- Se tiver dúvidas acerca do estado da demolha, espete um palito até ao centro do lombo do peixe, retire-o e “prove-o”.
- A melhor noticia: em média, o bacalhau aumenta 30% depois da demolha. Ou seja, se comprarmos 1 kg, depois da demolha ficamos com 1,300kg de peixe!
Os anos passaram e houve hábitos que mudaram, mas não o de comer bacalhau todo o ano e, em especial, na noite de 24 de dezembro. Afinal, o Bacalhau da Noruega do dia 24 não é só o prato, mas tudo o que ele representa. A reunião da família que goza este momento único, que avalia mais um ano que passou, que brinda ao ano que há de vir, que deseja coisas boas, que promove gargalhadas. O gosto representado por este bacalhau simboliza a noite em que a família celebra o momento mais especial do ano, mais um Natal, e que este tem um sabor ainda mais especial depois de todas as restrições e afastamentos trazidos pela pandemia.
Claro que o bacalhau vem da Noruega
O português é unânime na hora de escolher um bom bacalhau. Afinal, os portugueses são quem compõe o mercado que mais consome bacalhau salgado no mundo, um consumo que corresponde a 20% de todo o bacalhau capturado a nível mundial. Já é um número que impõe muito respeito e há que garantir que estamos sempre satisfeitos.
Muito exigentes com o peixe, sobretudo o que levam à mesa nas ocasiões mais festivas, os portugueses são fiéis ao Bacalhau da Noruega que oferece, para além de qualidade, uma origem inquestionável. O bacalhau com origem na Noruega não tem aditivos, nem fosfatos, apenas peixe e sal. Ao escolher Bacalhau da Noruega os portugueses terão a garantia que estão a consumir um produto cuja base é bacalhau e sal, produzido com os padrões de qualidade mais rigorosos do mundo.
A origem também garante ao Bacalhau da Noruega condições naturais que lhe garantem uma textura e um sabor únicos, proporcionados por uma alimentação natural composta por camarões, arenque e outros peixes, no habitat das águas frias e cristalinas da Noruega.
Da cauda ao lombo, passando pela água de cozer, desperdício zero!
O peixe mais consumido pelos portugueses é muito fácil de ser completamente aproveitado, havendo por isso abertura para empregar total e literalmente o conceito de “desperdício zero”.
O bacalhau pode ser dividido em várias partes e tudo se aproveita: rabo, lombo, badanas ou abas, postas finas, postas médias, migas. Ora vejamos, com tudo isto é possível conceber diferentes receitas. Por exemplo, do rabo podemos confecionar excelentes pataniscas, do lombo, podemos cozinhar bacalhau à lagareiro ou no forno, do bacalhau desfiado das badanas ou do rabo, fazem-se umas migas de bacalhau memoráveis, e até a água onde o cozemos serve para uma apuradíssima açorda de bacalhau.
Pode comer Bacalhau da Noruega com a certeza de estar a consumir um alimento sustentável e que, por isso, perdurará para as próximas gerações. A Noruega tem por princípio inegociável a sustentabilidade a longo prazo. Existe um esforço continuado – conseguido através da combinação de inovações técnicas e da tradição pesqueira norueguesa – para manter uma pesca sustentável, preservando as características únicas de espécies como o Bacalhau, muito apreciadas em Portugal, e permitindo manter stocks para assegurar a continuidade destas espécies.
Este ano, enquanto estiver sentado à sua mesa de consoada tão portuguesa, com a sua família, conte-lhes a história do Fiel amigo natalício e brindem a novos sonhos! E que tal uma viagem à Noruega para verem de onde vem o peixe mais tradicional de Portugal?
Fim de cena. Corta!