A vitória da Argentina sobre a França no Mundial marca as capas dos jornais desta segunda-feira em todo o mundo, com muitos jornais a nomearem Lionel Messi como o melhor de sempre e a mostrarem um país em festa. Esta “explosão de alegria” contrasta com a desilusão francesa, apesar do esforço, reconhecido, de Kylian Mbappé.

A grande festa é feita pela imprensa argentina, que agradece à equipa azul e branca. O diário Clarín fala numa “tremenda explosão de alegria” não só na Argentina como noutras partes do mundo, de Miami a Madrid, Nápoles e Paris. “Obrigado, Messi” (Gracias, Messi), lê-se, acrescentando: “Foi, sem dúvida, o Mundial de Messi. Também a FIFA o reconheceu, ao nomeá-lo o Melhor jogador do Qatar 2022. A final mais dramática da história permitiu-lhe cumprir o seu sonho demorado de levantar a taça. Voltou a jogar a um nível altíssimo frente à França”.

O jornal dá ainda destaque a uma das frases de Messi após a vitória: “Quero continuar a jogar alguns jogos na Seleção, agora como campeão mundial”. Já Emiliano Martínez, guarda-redes, “evitou a derrota no último minuto” ao defender uma grande penalidade. O Clarín nota, porém, a ausência do governo nesta final, sem qualquer representante do país nas celebrações no Qatar.

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Em letras garrafais, o El Dia celebra os “campeões do mundo”, com um Messi “líder e goleador”. “Todo um país feliz”, sintetiza. El Tribuno apelida: “Heróis no Qatar” e também lhes agradece.

Nos jornais franceses, há desilusão, mas também reconhecimento de duas das figuras deste mundial: por um lado, um “Lionel Messi imperial“, descreve o Le Figaro, que apelida a final como “extraordinária”. Por outro lado, o desempenho “fenomenal” de Mbappé, que fez um hat-trick. O jogo acabou em derrota para a equipa dirigida por Didier Deschamps, mas o jornal frisa, com uma fotografia de um Mbappé cabisbaixo após receber a medalha de prata, como o grupo mostrou “uma força coletiva impressionante”.

Já o Libération caracteriza Messi e Mbappé como “lendários” e o L’Humanité salienta como os “bleus” venceram nos “corações”. “A França teve de conceder a vitória à Argentina de Messi numa final de tirar o fôlego”, lê-se. “O fim de uma esplêndida viagem para Mbappé e os seus companheiros de equipa.” O L’Équipe atira: “Cabeças erguidas”. E o Le Parisien: “Orgulhosos dos nossos bleus”.

No Reino Unido, Lionel Messi, considerado o melhor jogador da competição pela FIFA, figura em praticamente todas as capas dos jornais, ora sozinho, a erguer o troféu, ora acompanhado pela equipa ou mesmo a família. O tabloide The Sun presta uma homenagem a outro campeão argentino, Maradona, com a manchete “Na mão de Deus” (“In the hand of God”) e uma fotografia de Messi, que, “por fim”, “vence o Santo Graal”. “O maior… Messi ergue o troféu do Mundo pela Argentina”.

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O The Times também destaca como o Mundial terminou de forma “épica” para o “maravilhoso Messi”. “Durante anos o mundo do futebol tem olhado para Lionel Messi como um candidatado a melhor jogador do mundo. O único argumento contra ele era a ausência de uma medalha vencedora da Copa do Mundo”, lê-se. O Daily Mirror também atribui a Messi o título de “melhor de sempre”. O mesmo faz o Daily Telegraph: “Messi cimenta o seu lugar como o melhor jogador na melhor final de sempre da Copa do Mundo”.

O Daily Mail, por sua vez, contrasta a “agonia de um abraço a um perdedor por Macron”, com Mbappé a ser consolado pelo Presidente francês; e o “êxtase” com a vitória de Messi, acompanhada por um fotografia do jogador argentino com a mulher e os filhos.

Nos espanhóis, o El País apelida a final como “memorável” e mostra a festa em campo, enquanto o La Vanguardia atira como Messi “já tem o seu mundial”, o título que lha faltava. E a La Voz de Galícia destaca uma Argentina “inesquecível”.

No Brasil, destaque para a vitória dos parceiros sul-americanos. O Globo escreve “Messi Imortal”,  o “maior jogador deste século”. “Como Maradona em 1986, Lionel Messi liderou a Argentina na conquista de seu terceiro título mundial ao vencer a França nos pénaltis após empate em 3 a 3. Na decisão de Copa do Mundo já apontada como a melhor de todos os tempos, tanto pela emoção nas mudanças do placar como por consagrar o maior jogador deste século, a Argentina encerrou jejum de 36 anos”. Mas Mbappé foi “outro protagonista anunciado” e “também brilhou” ao marcar os três golos da França. O jornal também destaca “o sofrimento do maior goleador da Copa”, Mbappé, que “era a imagem da desolação”.

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O Estado de São Paulo também olha para a festa da equipa argentina, após uma “final dramática” marcada pelo “brilho do craque argentino”, Messi.

Por cá, a vitória argentina também domina os jornais, com destaque para o benfiquista Enzo Fernández, que foi eleito o melhor jovem do torneio. A Bola fala na “final mais excitante e louca dum mundial”. “Messi imortal como Maradona“, escreve ainda. Em menor destaque,  o Record também diz que Messi foi “coroado rei”. Já o Jogo atira: “Messi, suor e lágrimas”.