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Argentina v France: Final - FIFA World Cup Qatar 2022
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Para além de ter conquistado do Mundial, Messi foi ainda eleito o Melhor Jogador da competição

Getty Images

Para além de ter conquistado do Mundial, Messi foi ainda eleito o Melhor Jogador da competição

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A Copa América, a saída do Barcelona, o Mundial: o ano e cinco meses que mudaram a vida de Messi

Em julho de 2021, o argentino conquistou a Copa América e enterrou fantasmas. Um mês depois, deixou o Barcelona. Em 2022, ganhou finalmente o Mundial. Como a vida de Messi mudou num ano e cinco meses.

De julho de 2021 a dezembro de 2022, no espaço de um ano e cinco meses, a vida de Lionel Messi mudou. O capitão argentino, que este domingo subiu o único degrau que ainda não tinha alcançado na carreira, conquistou o primeiro troféu com a Argentina em julho do ano passado, deixou o clube de sempre apenas um mês depois e sagrou-se campeão mundial no final de 2022.

Depois de ganhar a Copa América no verão de 2021, numa vitória frente ao Brasil que encerrou uma década de frustrações e finais perdidas, Messi despediu-se do Barcelona que tinha representado desde adolescente e assinou pelo PSG. Pouco mais de um ano depois, na sequência de um início de temporada em que voltou ao melhor futebol da carreira, liderou a Argentina até à conquista do Mundial do Qatar. E provou que, ao contrário daquilo que todos chegámos a pensar, ainda tinha tudo por fazer a partir dos 30 anos.

Germany v Argentina: 2014 FIFA World Cup Brazil Final

Em 2014, no Brasil, Messi e companhia perderam o Campeonato do Mundo na final contra a Alemanha

Getty Images

10 de julho de 2021: o dia da conquista da Copa América

Quis a ironia do destino que, exatamente cinco anos depois de Cristiano Ronaldo conquistar o Campeonato da Europa, Lionel Messi conquistasse a Copa América. Portugal foi campeão europeu a 10 de julho de 2016, naquele que foi o primeiro título do avançado português com a seleção, e a Argentina foi campeã sul-americana a 10 de julho de 2021, naquele que foi o primeiro título do jogador argentino com a seleção.

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Se a importância do Euro 2016 para Ronaldo foi indiscutível, até porque na altura foi o troféu que o distinguiu de forma mais pragmática do palmarés de Messi, a Copa América 2021 foi monstruosa para o argentino. Apenas cinco anos antes, precisamente no ano em que a Seleção Nacional conquistou o Europeu, a Argentina perdeu a segunda final consecutiva da Copa América para o Chile e o jogador, que até falhou o respetivo penálti na decisão por grandes penalidades, anunciou que não voltaria a vestir a camisola da seleção.

Acabou por reverter a retirada, sendo novamente convocado cerca de dois meses depois, e em julho de 2021 conseguiu então alcançar o primeiro título pela Argentina com a vitória na Copa América frente ao Brasil. Pelo meio, reparou o coração partido de milhões de jovens argentinos que o tinham visto abdicar da seleção: incluindo Enzo Fernández, que este domingo foi titular ao seu lado na final do Qatar e até foi distinguido com o galardão de Melhor Jogador Jovem do Campeonato do Mundo.

Depois de ganhar a Copa América no verão de 2021, numa vitória frente ao Brasil que encerrou uma década de frustrações e finais perdidas, Messi despediu-se do Barcelona que tinha representado desde adolescente e assinou pelo PSG. Pouco mais de um ano depois, na sequência de um início de temporada em que voltou ao melhor futebol da carreira, liderou a Argentina até à conquista do Mundial do Qatar.

“Como vamos convencê-lo de que é difícil para nós ver que o mundo inteiro o lisonjeia, que nas férias pode estar deitado numa praia e está lá a correr e a representar as nossas cores para que possamos ver se corre ou se canta o hino. Faça o que quiser, Lionel, mas, por favor, pense em ficar. Mas fique por aqui para se divertir, que é o que essas pessoas lhe tiraram. Num mundo de pressões ridículas, eles conseguem tirar o que há de mais nobre num jogo: a diversão. Enquanto criança, provavelmente sonhava em representar o seu país e divertir-se. Vê-lo jogar com o azul claro e o branco é o maior orgulho do mundo. Jogue para se divertir porque, quando se diverte, não tem ideia da diversão que nós temos. Obrigado e desculpe…”, escreveu o médio do Benfica, na altura com apenas 15 anos e a despontar nas camadas jovens do River Plate, numa carta enviada a Messi.

A Copa América conquistada em 2021 foi uma óbvia inversão positiva na carreira do agora jogador do PSG. Durante muito tempo, apesar do enorme sucesso no Barcelona, das Ligas dos Campeões, das Bolas de Ouro, Messi era alvo de chacota por não conseguir reproduzir os feitos de Maradona com a Argentina. A seleção, como se percebeu mais do que uma vez, era uma frustração. No instante em que o apito final soou na derradeira partida da Copa América do ano passado, Messi libertou-se. E essa libertação durou até à final deste domingo.

10 de agosto de 2021: o dia da saída do Barcelona

Apenas um mês depois de conquistar a Copa América, num ano que já ficava naturalmente na história por ter sido o do primeiro título de Lionel Messi com a Argentina, o jogador fez aquilo que ninguém esperava viver o suficiente para ver. Saiu do Barcelona, clube que representava desde adolescente, onde era capitão e por quem tinha vencido tudo o que era possível, e assinou pelo PSG.

Germany v Argentina: 2014 FIFA World Cup Brazil Final

Em 2014, no Brasil, Messi e companhia perderam o Campeonato do Mundo na final contra a Alemanha

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“Estou muito feliz. A minha saída do Barcelona foi muito dura, foram muitos anos, é difícil esta mudança depois de tanto tempo. Mas agora, chegado cá, a felicidade é enorme. Quero que tudo isto passe rápido para começar já a treinar. Obrigado ao clube, a todos. Desde o dia em que saiu o comunicado do Barça que foi tudo fácil e rápido e em pouco tempo. Tenho intacta a vontade de continuar a ganhar. Este clube é ambicioso, vejo a equipa técnica e o plantel e estamos prontos para lutar por tudo. Venho aqui para este clube para isso. Obrigado também aos adeptos, esta receção tem sido uma loucura desde o primeiro minuto”, disse o argentino no dia da apresentação no Parque dos Príncipes, numa altura em que vê-lo com outra camisola vestida que não a blaugrana ainda era um cenário muito estranho.

A primeira temporada, naturalmente, foi de adaptação. Messi teve de realizar uma espécie de pré-época antes de se juntar ao plantel do PSG, não só devido à Copa América mas também por ter estado parado enquanto as negociações com o Barcelona eram fechadas, e não foi além de 11 golos em 34 jogos. O verão trouxe um novo treinador, com Christophe Galtier a substituir Mauricio Pochettino, e o tempo agilizou as relações dentro de campo com Neymar, Mbappé e até o português Vitinha, que entrou diretamente para o onze inicial depois de ter deixado o FC Porto.

Esta época, com o PSG a ter visto a Ligue 1 ser interrompida para o Mundial numa altura em que estava na liderança da classificação com mais cinco pontos do que o Lens, Messi já leva 12 golos em 19 jogos e tem sido crucial não só nas competições internas como na Liga dos Campeões. Apesar de ter debelado alguns problemas físicos que o afetaram nas primeiras semanas da temporada, Messi assentou nas exibições positivas com os franceses o trampolim que o catapultou para o melhor Campeonato do Mundo da carreira. O Mundial que lhe trouxe o único troféu que lhe faltava.

Apenas um mês depois de conquistar a Copa América, num ano que já ficava naturalmente na história por ter sido o do primeiro título de Lionel Messi com a Argentina, o jogador fez aquilo que ninguém esperava viver o suficiente para ver. Saiu do Barcelona, clube que representava desde adolescente, onde era capitão e por quem tinha vencido tudo o que era possível, e assinou pelo PSG.

Quando o argentino trocou Barcelona por Paris, há pouco mais de um ano, foi fácil imaginar que iria afundar-se na guerra de egos que caracteriza o PSG. Sem grandes desafios internos, já que os parisienses dificilmente perdem a hegemonia nacional, Messi poderia aborrecer-se ao jogar apenas e só para conquistar a Liga dos Campeões. Mas o capitão argentino, como já todos deveríamos ter aprendido, diverte-se até em jogos particulares. E só precisa de uma bola, uma baliza e um adversário para fintar para se sentir feliz.

18 de dezembro de 2022: o dia da conquista do Campeonato do Mundo

Na verdade, a final deste domingo deveria ter acontecido oito dias antes — afinal, tanto a conquista da Copa América como a mudança para o PSG aconteceram a dia 10, o número que Messi eternizou nas costas, e o destino poderia ter facilitado as contas no calendário. Mas não importa. No Qatar, numa final contra França decidida nas grandes penalidades e onde marcou duas vezes e converteu ainda o respetivo penálti no derradeiro desempate, o capitão da Argentina concretizou o único objetivo que lhe faltava e completou o cartão no bingo da vida desportiva.

Impulsionado pela temporada positiva que estava a realizar no PSG, Messi chegou ao Campeonato do Mundo preparado para fazer história. A primeira jornada trouxe um percalço, com a Argentina a perder surpreendentemente com a Arábia Saudita, mas o restante percurso foi praticamente perfeito: a seleção orientada por Lionel Scaloni não voltou a perder um jogo, somando sete vitórias seguidas e garantindo a conquista do terceiro Mundial da história do país, o primeiro desde 1986 e o mais importante tendo em conta as finais perdidas em 1990 e 2014.

Paris Saint-Germain v Manchester City: Group A - UEFA Champions League

No PSG, o jogador argentino juntou-se a Neymar, com quem já tinha jogado no Barcelona, e a Mbappé, que venceu este domingo na final do Mundial

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No Qatar, o avançado do PSG foi eleito o Melhor Jogador do Campeonato do Mundo, foi o segundo melhor marcador com sete golos, apenas atrás dos oito de Mbappé, e ainda quebrou vários registos, sendo agora o recordista de partidas em Mundiais, com 26, tendo ultrapassado a marca de Lothar Matthäus que durava desde 1998. Pelo meio, ao bisar na final do Estádio Lusail, assumiu-se ainda como o único jogador de sempre a marcar em todos os jogos a eliminar de um Campeonato do Mundo.

O futuro, tal como o próprio já tinha assumido, passa por um papel progressivamente menos importante na Argentina. Messi anunciou ainda antes do início da competição no Qatar que este Mundial, o quinto da carreira, seria também o último — mas na zona de entrevistas rápidas, pouco depois de finalmente levantar a Taça Jules Rimet, explicou que não vai retirar-se da seleção de imediato.

“O que há depois disto? Consegui o que me faltava quase no final da minha carreira. Desfruto da seleção e quero jogar mais uns jogos enquanto campeão do mundo. É impressionante poder terminar desta maneira. Custou muito mas é a coisa mais linda que existe”, atirou o argentino de 35 anos, que nunca abordou a presença ou a ausência da próxima Copa América, já em 2024.

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