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Além da Rússia, Zelensky não tem poupado críticas à China e ao Irão. Tem apontado o dedo a estes três países nos seus discursos habituais, feitos em vídeo, e as últimas críticas aconteceram no Congresso norte-americano, esta quarta-feira, e foram dirigidas, sobretudo, ao Irão. O Presidente ucraniano disse que os drones enviados pelo pelo regime de Teerão para o de Moscovo são uma ameaça para a Ucrânia.
O Irão não demorou a responder e, esta quinta-feira, através de Nasser Kanaani, ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, avisou que “a paciência para acusações infundadas tem limites”. Citado pela CNN, o ministro do Irão considerou “indecentes” as declarações feitas por Zelensky nos Estados Unidos.
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“Respeitamos a integridade territorial dos países, incluindo a Ucrânia, e Zelensky deveria saber que a paciência do Irão para acusações infundadas é limitada”, acrescentou. A crítica do Presidente ucraniano não foi isolada e, numa das suas últimas intervenções, Zelensky referiu que a Rússia viu no Irão “um aliado para o genocídio” e mencionou também este país na visita que fez aos Estados Unidos esta quarta-feira.
Do lado da Rússia, também o encontro entre Biden e Zelensky foi criticado, assumindo que a primeira deslocação ao estrangeiro de Zelensky desde que começou a guerra não vai ajudar a resolver o conflito, nem vai evitar que Moscovo cumpra os seus objetivos.
Numa conferência de imprensa, realizada esta quinta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou, de acordo com o The Guardian, que não houve qualquer referência a conversações de paz durante a visita de Zelensky aos Estados Unidos e que isso é evidência de que os norte-americanos estão a travar uma guerra por procuração contra a Rússia “até ao último ucraniano”.
E do lado da China, a reação foi feita logo no dia em que Zelensky viajou para os Estados Unidos. O Global Times, jornal oficial em inglês do Partido Comunista Chinês, publicou um artigo, assinado pelo staff, que considera que “o reforço da resiliência e capacidades de defesa” da Ucrânia pelos Estados Unidos é uma forma de “atiçar as chamas” do conflito.
“Não só as pessoas na Ucrânia vão sofrer, os europeus vão engolir um comprimido amargo se o conflito continua com o agravamento da crise de energia, dizem os observadores, que pedem para que os Estados Unidos parem de atiçar as chamas e que mais países tentem promover as negociações de paz”, refere o texto, publicado em antecipação do encontro entre Zelensky e Biden.
De acordo com o mesmo texto, o fornecimento de armas à Ucrânia vai contribuir para que a guerra continue “por muito tempo” e que os confrontos no campo de batalha se tornem mais “intensos”.