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A Rússia está pronta para negociar com todas as partes envolvidas no conflito da Ucrânia, disse, em entrevista ao canal estatal russo Rossiya 1, Vladimir Putin. O obstáculo, acrescentou o Presidente da Rússia, são os outros: Kiev e os seus aliados ocidentais é que se recusam a negociar “soluções aceitáveis”.

“Estamos prontos para negociar com todos os envolvidos sobre soluções aceitáveis, mas isso é com eles — não somos nós que nos recusamos a negociar, são eles”, afirmou, citado pelo jornal inglês The Guardian.

Ainda assim, Vladimir Putin reforçou que a Rússia está a ir na “direção certa” na Ucrânia, considerando que o que está em causa é a defesa dos interesses nacionais, em perigo devido ao Ocidente, liderado pelos Estados Unidos. “Acredito que estamos a agir na direção certa, estamos a defender os nossos interesses nacionais, os interesses dos nossos cidadão, do nosso povo. E não temos outra escolha a não ser proteger os nossos cidadãos.”

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No mesmo dia, a propósito das novas declarações sobre a possibilidade de negociações, o conselheiro presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, já veio dizer que Vladimir Putin “precisa voltar à realidade”. Isto porque é “óbvio” que a Rússia “não quer negociações, mas tenta evitar responsabilidades”, escreveu na rede social Twitter.

Não é a primeira vez que Vladimir Putin se mostra “disposto” a negociar com a Ucrânia. Um dia depois da visita do Chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, aos Estados Unidos, na quinta-feira, 22 de dezembro — foi a sua primeira saída oficial do país, desde que começou a guerra —, o Presidente russo declarou que Moscovo iria lutar pelo fim da guerra, processo que levaria, no entanto, “algum tipo de negociação na via diplomática”.

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O nosso objetivo não é girar o volante do conflito militar, mas, pelo contrário, acabar com esta guerra“, disse Putin. “Vamos nos esforçar para acabar com isto, e quanto mais cedo melhor, é claro”, afirmou, citado pela Reuters.

No entanto, não foram dadas provas reais desta vontade de chegar a um entendimento. Putin não mostrou que está “disposto a negociar”, afirmou na altura John Kirby, porta-voz da Casa Branca. “Pelo contrário”, até:
“Tudo o que ele está a fazer em terra e no ar revela um homem que deseja continuar a impor violência ao povo ucraniano”, disse, citado pela mesma agência de notícias.