O candidato republicano à presidência da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, voltou a apresentar-se à eleição esta quarta-feira, um dia depois de ter falhado a eleição à primeira — algo que não acontecia no Congresso norte-americano há 100 anos. Mas a eleição continua muito longe de se concretizar e as votações foram suspensas – o objetivo é que os republicanos negoceiem uma solução.

Na primeira ronda desta quarta-feira (a quarta no total), McCarthy voltou a não obter o número de votos necessário para ser eleito como speaker — 218, caso estejam presentes na sessão todos os 435 representantes da Câmara. O republicano teve apenas 201 votos, menos até do que os 212 no candidato democrata Hakeem Jeffries. Vários republicanos preferiram votar em Byron Donalds (20 votos) do que em McCarthy, o que dividiu o voto e prolongou o impasse, por não haver uma maioria da Câmara em torno de um único candidato.

Na quarta votação, a republicana Victoria Spartz acabou por se votar “presente”, uma espécie de abstenção. Isto significava que na próxima ronda McCarthy só precisaria de 217 votos para ser eleito. No entanto, mais nenhum republicano mudou o seu sentido de voto face à véspera.

A Câmara dos Representantes foi depois a uma quinta ronda de votação, depois de o republicano Warren Davidson ter voltado a propor o nome de Kevin McCarthy para votação. “Imploro-vos a todos, meus colegas republicanos: deixemos que prevaleçam as cabeças mais calmas e racionais”, pediu o representante. Apesar de isso, o número de votos manteve-se inalterado.

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Os congressistas voltaram a votar – pela sexta vez – mas sem novidades. McCarthy teve novamente 201 votos, contra os 212 de Jeffries.

McCarthy já não tinha reunido o número de votos suficientes na terça-feira, depois de vários congressistas da ala mais à direita do Partido Republicano terem decidido opor-se à sua eleição. O republicano obteve 203 votos na primeira ronda, perdendo apoios nas rondas subsequentes.

Kevin McCarthy, candidato republicano, falha eleição à primeira para Câmara dos Representantes. Caso não acontecia há 100 anos

Esta quarta-feira, o candidato mostrou-se confiante de que irá conseguir, mais cedo ou mais tarde, quebrar o impasse e conseguir convencer o número de representantes suficientes. “É indiferente, sou quem tem mais votos”, afirmou à CNN antes da entrada na sessão da Câmara.

Em privado, porém, aliados de McCarthy tentaram forçar um adiamento da votação para quinta-feira, na esperança de obter mais tempo para reunir apoios. Os democratas, contudo, não acederam a esse pedido. “Este foi um problema criado por eles”, disse a atual presidente, Nancy Pelosi, referindo-se aos republicanos. “Eles têm de o resolver, não ponham isto aos pés dos democratas.”

Quem já demonstrou o seu apoio político a McCarthy para o cargo foi o antigo Presidente e novamente candidato presidencial Donald Trump. “É tempo de todos os GRANDES membros republicanos da Câmara VOTAREM NO KEVIN, FECHAREM O NEGÓCIO, ALCANÇAREM A VITÓRIA”, escreveu na rede social TruthSocial o ex-chefe de Estado.