O presidente do Chega anunciou esta sexta-feira que o partido vai propor, em sede de revisão constitucional, que nenhum membro do Governo possa ser nomeado “sem ser rigorosa e escrupulosamente auditado pelo Parlamento e pela oposição”.

Em Braga, durante um jantar-comício que, segundo a organização, juntou cerca de 400 pessoas, André Ventura aludiu ao “espetáculo deplorável” decorrente das sucessivas demissões de membros do Governo, falando num “país que se está a destruir aos poucos”.

“Demissão atrás de demissão, investigação atrás de investigação, corrupção atrás de corrupção, compadrio atrás de compadrio. O país assiste a um espetáculo deplorável (…) e isto começa a envergonhar-nos profundamente, referiu.

Para o líder do Chega, “neste escândalo atrás de escândalo de Medina, de Duarte Cordeiro, de Pedro Nuno Santos, de seja quem for, só há um elo comum a todos: é que os escândalos passam, mas são sempre os mesmos a pagar esse escândalo”.

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“Eles mudam todos, mas nós continuamos a pagar (…). Quem é chamado é quem já vem do meio da trafulhice toda. Porque sim, é uma espécie de misturar trafulhice com trafulhice e ninguém se importa com nada. Este chamamento dos piores é o que está a levar a casos como este (…) da secretária de Estado da Agricultura, como da Secretária de Estado que recebeu a indemnização da TAP e como todos os outros de que temos tido conhecimento”, apontou.

Nesse sentido, e para acabar com o atual estado de coisas, o Chega quer que passe a ser obrigatório um escrutínio rigoroso a cada candidato a membro do Governo.

“O Chega vai propor no Parlamento, em sede de revisão constitucional, que nenhum membro do Governo possa ser nomeado sem ser rigorosa e escrupulosamente auditado pelo Parlamento e pela oposição em Portugal”, anunciou.

Na intervenção, Ventura apontou também baterias ao PSD, acusando-o de “moleza” na oposição e de “fazer fretes” ao Governo.

“A imagem não vai ser a melhor, mas [o PSD] tornou-se aquele dançarino toda a noite ali a dar tudo na discoteca, a tomar as melhores bebidas, a ganhar fôlego com todos e a dizer sim a todos (…), consegue a miúda mais gira da discoteca e quando chegou o momento, aquele momento final, ele diz ‘ligou-me à minha mãe'”, referiu, arrancando gargalhadas da plateia.

André Ventura disse que o Chega quer deixar de ter “a sombra” do PSD à sua frente e “lutar taco a taco com o PS” nas próximas legislativas.

“Luís Montenegro, eu vou atrás de ti agora e vamos atrás até sermos o maior e o principal partido que o país alguma vez teve”, referiu.

VCP // JMC

Lusa/Fim