O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, condenou esta terça-feira a morte a tiro de Mursal Nabizada, lembrando o trajeto da antiga deputada afegã “como defensora dos direitos humanos das mulheres e da pacificação do seu país”.
Não posso deixar de condenar nos termos mais enérgicos o assassinato da antiga deputada afegã Mursal Nabizada, uma defensora dos direitos humanos das mulheres e da pacificação do seu país. É um ato absolutamente repugnante”, sublinhou Augusto Santos Silva, numa nota divulgada na rede social Twitter.
Uma antiga deputada afegã e o seu guarda-costas foram mortos a tiro por atacantes desconhecidos na sua casa na capital Cabul, indicou no domingo a polícia.
Mursal Nabizada encontrava-se entre as poucas mulheres deputadas que decidiu permanecer em Cabul após a tomada do poder pelos talibãs em agosto de 2021, na sequência da precipitada retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
Foi a primeira vez que uma representante parlamentar da anterior administração é morta na capital desde o regresso dos talibãs à liderança do país asiático.
O chefe da polícia local, Molvi Hamidullah Khalid, disse que Nabizada e o seu segurança foram mortos cerca das 03h00 (hora local) de sábado.
Khalid indicou ainda que o seu irmão e um segundo guarda-costas ficaram feridos. Um terceiro segurança escapou da habitação com dinheiro e joias. Khalid anunciou que está em curso uma investigação.
Nabizada foi eleita em 2019 em representação de Cabul e permaneceu em funções até ao regresso dos talibãs.
Era ainda membro da Comissão de Defesa parlamentar e membro do Instituto para os Recursos Humanos, Desenvolvimento e Pesquisa, uma organização não-governamental privada.