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Para ajudar a responder às necessidades de armamento da Ucrânia, o Pentágono está a recorrer aos stocks de munições que detém em Israel e na Coreia do Sul. A informação foi confirmada esta quarta-feira por oficiais norte-americanos e israelitas ao jornal New York Times.

As tropas ucranianas estão a usar cerca de 90.000 rondas de artilharia por mês, cerca de duas vezes o valor da taxa a que são fabricados pelos Estados Unidos e países europeus combinados. Assim, com a pressão nos stocks de armamento nos EUA e com os fabricantes incapazes de acompanhar o ritmo dos gastos na guerra, Washington viu-se forçado a procurar outras alternativas, adiantou o jornal norte-americano.

Até agora, os EUA enviaram ou prometeram enviar para a Ucrânia mais de um milhão de munições de 155 milímetros. Segundo um oficial norte-americano, que falou sob condição de anonimato, uma porção significativa desse valor provém de Israel e da Coreia do Sul.

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Os arsenais norte-americanos em Israel são usados pelo Pentágono nos conflitos no Médio Oriente. No entanto, Washington já deu permissão às autoridades israelitas para aceder aos stocks em casos de emergência. Dois oficias do país confirmaram que, face à retirada de equipamento para apoiar a Ucrânia, os EUA já se comprometeram a repor o material retirado.

Apesar dos pedidos de Kiev, Israel tem recusado fornecer armamento próprio à Ucrânia, com receio de prejudicar as relações com a Rússia. Inicialmente, o país expressou preocupação quando à possibilidade de o Pentágono armar a Ucrânia com o stock no país, mas acabou por concordar com a movimentação de cerca de 300.000 munições de 155 milímetros.

Apesar de algum protesto, a Coreia do Sul também chegou a um acordo com os EUA, oferecendo menos resistência do que Israel ao pedido de Washington. Neste caso a situação foi um pouco diferente, uma vez que Seul receava que o envio das munições fosse visto como uma violação ao tratado de exportação de armas.

Os EUA concordaram, então, comprar 100.000 munições de 155 milímetros à Coreia do Norte, que foram posteriormente enviados à Ucrânia. Este acordo foi noticiado pelo jornal Wall Street Journal ainda no início de novembro. Além disso, as munições presentes nos arsenais norte-americanos no território sul-coreano foram usados para repor stocks noutros territórios.

Os arsenais, porém, não duram sempre. Dos Estados Unidos têm partido vários alertas de que os stocks de armamento no Ocidente estão a ficar vazios. Além disso, a capacidade de produção não estava preparada para alimentar uma guerra.

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As munições continuam a ser uma peça importante nos combates na Ucrânia, como referem os analistas Michael Kofman e Rob Lee num artigo publicado no final de dezembro pelo Foreign Policy Research Institute. “Enquanto a Ucrânia continuar a receber munições suficientes, particularmente de artilharia, têm uma boa hipótese de retomar território“, referem.

“O esforço de guerra da Ucrânia depende muito do apoio externo, que é limitado pelos equipamentos existentes e pelas políticas de restrições. A disponibilidade de munições pode ser um fator determinante no curso da guerra em 2023 e isso dependerá dos stocks e da produção estrangeiros“, sublinham. Perante a falta de munições, poderá acabar por verificar-se uma mudança na forma como as tropas conduzem as operações.