A Universidade Fernando Pessoa recebeu “luz verde” para abrir curso de Medicina mas referiu, na candidatura, um acordo com o Hospital de Gaia que, segundo a administração deste última, não existe. Segundo notícia do jornal Público, esta quarta-feira, a administração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho recusou assinar o protocolo de colaboração com a Universidade Fernando Pessoa em outubro de 2021.

Apesar de estas negociações não terem chegado a bom porto, o hospital (público) aparece referido na proposta com valeu à instituição de ensino superior (privada) a aprovação do curso de Medicina, que foi validado na semana passada pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). O acordo seria para colocar os estudantes a trabalhar (em formação) naquela unidade hospitalar.

Mas, em comunicado, o conselho de administração do centro hospitalar “esclarece que, tendo recebido uma proposta de protocolo da entidade em questão, deliberou pela não assinatura do referido protocolo”. Uma decisão que foi “remetida” para o conselho da Universidade Fernando Pessoa a 15 de outubro de 2021. Foi, precisamente, em outubro que a candidatura foi submetida à A3ES.

Além do Hospital de Gaia, a universidade privada refere, também, protocolos assinados com os centros hospitalares de Entre-Douro e o Vouga, em Santa Maria da Feira, e o Tâmega e Sousa – ambos confirmaram ter, de facto, acordo com a Universidade.

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Universidade Fernando Pessoa com luz verde para abrir curso de Medicina

Responsável da Universidade rejeita recusa de colaboração dos hospitais

Ao Observador, Daniela Martins Mendes, uma das coordenadoras do curso de Medicina da Fernando Pessoa, garante que não houve qualquer tipo de rejeição e que, ao contrário da informação avançada pelo Público, a administração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho não recusou assinar o protocolo de colaboração com a Universidade Fernando Pessoa.

“O Hospital de Gaia ia na proposta inicial”, explicou a professora catedrática. O que aconteceu é que, quando foi criado o Centro Académico Clínico Egas Moniz, aquela unidade de saúde passou a ser parceira desse projeto. “Portanto, consideraram que havia conflito de interesse em ser nossos parceiros”, acrescenta Daniela Martins Mendes.

O Centro Académico é um projeto que integra outras três entidades: a Universidade de Aveiro, e as unidades hospitalares do Baixo Vouga (Aveiro) e do Entre o Douro e Vouga (Santa Maria da Feira).

De resto, a A3ES sabia deste conflito de interesses e a comissão avaliadora acompanhou todo o processo. “Foi por ter saído este parceiro que a avaliação demorou mais tempo, mas a A3ES sabia de tudo. O que fizemos foi redistribuir o número de alunos pelos restantes parceiros.”

Segundo a coordenadora do curso, a Faculdade Fernando Pessoa pretende começar o curso de Medicina em 2023, no próximo ano letivo, com um total de 40 alunos

[Notícia atualizada às 18h11 de 18 de janeiro com as declarações da coordenadora do curso de medicina da Universidade Fernando Pessoa]