É a primeira vez desde 2017 que o PSD está à frente do PS nas sondagens: são mais de três pontos percentuais diferença entre sociais-democratas (30,6%) e socialistas (26,9%) e resulta de uma queda vertiginosa do PS desde o último estudo de opinião da mesma empresa — 9 pontos percentuais. No caso, o PSD cresce muito pouco face à última sondagem, cerca de 0,2 pontos percentuais.

Mais: de acordo com a sondagem da Pitagórica para a CNN/TVI, apenas 12% dos inquiridos consideram que a gestão do Governo tem sido boa ou muito boa; em contrapartida, 53% fazem avaliação negativa (ou muito negativa) do Executivo socialista e 34% descrevem o desempenho dos socialistas apenas como “razoável”.

Além disso, o PSD surge à frente do PS em quase todos os segmentos eleitorais, inclusive junto dos mais velhos, a grande fragilidade do partido desde o período da intervenção da troika. Só fica atrás junto do eleitorado feminino, na zona da Grande Lisboa, nas Ilhas e entre os mais pobres.

Esta sondagem, com um amostra de 828 inquiridos, foi realizada entre 11 e 17 de janeiro, pelo que já reflete grande parte das polémicas em que o Governo se viu envolvido. Mas é importante sublinhar que a margem de erro é de 3,48% — muito próxima da vantagem do PSD sobre o PS. Ou seja, olhando para a margem de erro, os dois partidos estão praticamente em empate técnico.

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No duelo particular entre Costa e Montenegro, o líder social-democrata leva nova vantagem: o socialista têm uma média de avaliação de 2,2 e o social-democrata consegue 2,4 — numa escala de 1 a 4. A grande diferença entre os dois, de resto, está nos inquiridos que dão uma avaliação “muito má” ao primeiro-ministro (20%), o que desequilibra a balança.

Outra nota de destaque: o Chega consegue 14,30% nas intenções de voto, uma subida de mais de cinco pontos percentuais em relação à última sondagem da Pitagórica. A Iniciativa Liberal também regista um aumento de quase três pontos percentuais e regista um score de 8%. O CDS, mais uma vez, não surge contabilizado nas intenções de voto.

À esquerda, as dinâmicas são diferentes: o Bloco de Esquerda cresce mais de dois pontos percentuais (fica com 5,6%); o PCP escorrega outros dois pontos percentuais (fica com 2,2% e arrisca o lugar no Parlamento); Livre e PAN, apesar das quedas residuais, mantém-se estáveis nos 1,9% e nos 0,9%, respetivamente — nenhum dos dois resultados, a concretizarem-se, seria sinónimo de eleição de deputados.

Olhando para o quadro geral, fazendo a média de todas as sondagens realizadas desde que Montenegro é líder social-democrata, o PSD (25,1%) continua a uma distância considerável do PS (34,5%) — são 9,4 pontos de diferença entre os dois, ainda que seja inegável a aproximação entre os dois partidos nesta fase recente.

Chega, com uma média de 9,2%, é cada vez mais terceiro, e a IL, com os 6,9% de média, está a distanciar-se cada vez mais do Bloco de Esquerda, com 5,3% de média nas últimas 19 sondagens. O PCP está cada vez mais distante dos 4,3% que conseguiu em legislativas — a tendência, de resto, é negativa.