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A Suécia encontra-se “numa pausa” no que diz respeito ao processo de ratificação pela Turquia da sua adesão à NATO, admitiu esta sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros sueco, Tobias Billström, na sequência dos incidentes islamófobos em Estocolmo.

No entanto, insistiu Billström, a Suécia cumpriu todas as condições do acordo alcançado entre os dois países e a Finlândia, que continua a pretender o ingresso, e como tal Estocolmo considera não existirem motivos para que o parlamento turco não aprove uma integração simultânea dos dois países.

Ao ser questionado se uma potência estrangeira ou uma força externa poderia estar envolvida na queima do Corão em frente à embaixada turca em Estocolmo, ou no surgimento de uma efígie representativa do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, suspensa num candeeiro público da capital sueca, Billström respondeu que os incidentes estão a ser investigados pelas autoridades suecas.

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Diversos comentadores em ‘media’ da Letónia e da Suécia sugeriram que “uma terceira potência”, provavelmente a Rússia, teria “incentivado” o ultra direitista sueco-dinamarquês Rasmus Paluda a proceder à queima do Corão, algo que nunca tinha feito antes.

Em conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo letão, Edgars Rinkevics, o chefe da diplomacia sueca sublinhou que nem o Governo nem ele próprio apoiam a queima de “escrituras sagradas”, mas que a liberdade de expressão da Suécia permitia esse género de ações.

Por sua vez, Rinkevics mostrou-se confiante em que a adesão da Suécia e Finlândia será aprovada pelo parlamento turco, apesar do impacto dessas ações na sociedade turca em plena pré-campanha eleitoral no país.

Estávamos preocupados antes [da cimeira da NATO de julho de 2022 em Madrid], mas alcançou-se um acordo e que foi aplicado. Houve provocações, mas objetivamente cumpriram-se as condições”, afirmou.

A Turquia convocou em 12 de janeiro o embaixador sueco em Ancara para manifestar o seu desagrado após o surgimento da efígie representativa de Erdogan perto da câmara municipal de Estocolmo.

Responsáveis turcos definiram o incidente de “propaganda terrorista” pelos apoiantes do ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e de outros grupos militantes curdos, e continuam a exigir a extradição de dezenas destes ativistas que vivem na Suécia.

Responsáveis turcos também sublinharam que esta atuação contraria o acordo firmado pela Turquia com a Suécia e a Finlândia, no qual os dois países nórdicos se comprometeram em reprimir os militantes curdos exilados, num momento em que aguardam a aprovação turca para concretizar o processo de adesão à NATO.

Em novembro, o mesmo embaixador também foi convocado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros turco após imagens que alegadamente insultavam Erdogan terem sido projetadas na fachada do edifício da embaixada turca em Estocolmo.

A Suécia e a Finlândia prescindiram da sua tradicional política de não-alinhamento militar e pediram a adesão à Aliança Atlântica na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.

A Turquia, que integra a NATO, ainda não confirmou a adesão dos dois países escandinavos, que requer de aprovação unânime dos atuais 30 Estados-membros da organização.