O presidente do Conselho Económico e Social, Francisco Assis, considerou esta terça-feira que a região de Coimbra deve ter uma presença mais ativa na vida nacional, para que o país não viva apenas entre duas grandes áreas metropolitanas.
Coimbra é talvez um dos exemplos de uma região que pode e deve ter uma presença mais ativa na vida nacional. É também, para mim, um pouco misterioso que Coimbra não tenha uma intervenção maior na vida nacional”, admitiu.
Durante a cerimónia de instalação da comissão instaladora do NERC-ACIC – Conselho Empresarial da Região de Coimbra (CERC), Francisco Assis apontou a importância que este tipo de associações pode vir a ter para que a região de Coimbra possa voltar a afirmar-se e a recuperar o peso que já teve na vida nacional.
“Todas as políticas nacionais ganharão se a voz de Coimbra se fizer ouvir mais intensamente, disso não tenho a mais pequena dúvida. Não é só do interesse de Coimbra, é do interesse do país, que Coimbra tenha uma voz mais ativa na vida nacional”, defendeu.
Ao longo da sua intervenção, o presidente do Conselho Económico e Social evidenciou ainda que, para tal, toda a região de Coimbra deve estar articulada.
Para o Porto é muito importante que isto não se esgote numa dicotomia entre Lisboa e o Porto, porque isso é altamente desfavorável para a região norte do país. E também acho que é vantajoso para Lisboa, porque a macrocefalia lisboeta prejudica também a própria cidade de Lisboa e a própria região metropolitana de Lisboa, mesmo que, por vezes, não seja imediata esta constatação”, acrescentou.
Também o presidente da NERC-ACIC – Conselho Empresarial da Região de Coimbra, Vítor Batista, vincou a importância de Coimbra e dos seus empresários voltarem a ter “uma voz forte”.
“Contamos, no prazo de três meses, apresentar alguns resultados, com um plano [de ação e programa], para que Coimbra volte a ter uma voz forte, principalmente as suas empresas, num difícil momento como é aquele que se atravessa”, alegou.
Ao longo da sua intervenção, Vítor Batista recordou que a voz da extinta ACIC – Associação Comercial e Industrial de Coimbra “era ouvida nos variados fóruns nacionais”, daí que esta terça-feira seja “o dia do arranque de um projeto ambicioso” e “aberto a todas as empresas e instituições que nele queiram participar”.
O CERC resulta da vontade da NERC – Associação Empresarial da Região de Coimbra refundar a extinta ACIC – Associação Comercial e Industrial de Coimbra, que em 2023 completaria 160 anos.
Ao Conselho Empresarial da Região de Coimbra associaram-se cerca de duas dezenas de personalidades de várias áreas e mais de 200 empresas.
Nos próximos três meses, será desenhado e debatido o seu plano de ação, bem como o seu programa, de forma a “tentar construir um futuro participado e recuperar e refundar o património da ACIC”.