Siga aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia

Com a marca de um ano de guerra a aproximar-se a passos largos, a Ucrânia redobrou os cuidados e começou a preparar-se para todos os cenários. O ano de 2023 arrancou com “boas notícias” com as promessas de envio de tanques, mas espera-se que os combates mais intensos e “sangrentos” ainda estão por vir. Essa é a previsão do secretário da Defesa Nacional e do Conselho de Defesa da Ucrânia, que antecipa nas próximas semanas uma escalada no conflito.

“A Rússia está a preparar uma escalada máxima. Está a reunir todos [os equipamentos] possíveis, a fazer exercícios militares, treinos“, revelou Oleksiy Danilov numa entrevista à Sky News, a partir de Kiev.

Num panorama em que nada foi excluído, a palavra de ordem é prevenção. Para já todas as hipóteses estão a ser consideradas e, segundo Danilov, não se exclui a possibilidade de a Rússia lançar outro ataque a partir do norte, sul e leste do país – como aconteceu no início da invasão. “Compreendemos que tudo está na mesa … Posso dizer que não estamos a excluir nenhum cenário nas próximas duas ou três semanas“.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Passamos um período muito difícil, mas estou consciente de que os principais combates ainda estão por vir e vão acontecer este ano, dentro de dois ou três meses. Estes vão ser meses decisivos da guerra.”

A continuação do apoio dos países aliados assume uma grande importância, sublinhou Danilov. O oficial reforçou os apelos por armas, em particular caças como os modelos F-16 ou os Typhoon. Este foi o novo objetivo definido pelas autoridades ucranianas depois de assegurar, pela primeira vez, o envio de tanques ocidentais.

Por agora não chegou dos aliados nenhuma indicação a favor do fornecimento destes equipamentos. Enquanto a França assumiu que “por princípio, nada está excluído”, deixando uma porta entreaberta, os Estados Unidos e o Reino Unido já rejeitaram a hipótese. Questionado sobre o assunto o Presidente norte-americano afastou a possibilidade com um simples “não”, já uma fonte de Downing Street afirmou que o envio de caças “não era prático”.

A Ucrânia parece não ter ficado convencida e vê nas respostas negativas apenas uma decisão “temporária”. “No início, todos os tipos de assistência passaram pela fase do ‘não’”, afirmou o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, citado pelo Ukrainska Pravda.

Durante um encontro com o homólogo francês em Paris, o ministro indicou que a rejeição de países como os EUA poderá ser apenas ser provisória. “Aconteceu com os HIMARS, com a artilharia, com os Bradley. Com os tanques Leopard-2 também recebemos primeiro um ‘não’ e agora temos uma coligação”, recordou.

O ministro disse acreditar na possibilidade da criação de coligação para o fornecimento de caças, lembrando que é necessário que algum país lidere a iniciativa. “É por isso que estou aqui”, afirmou Reznikov, sugerindo esperar da França uma eventual luz verde para a entrega deste equipamento.