O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta quarta-feira que Espanha aproximar-se de Angola “é muito bom para todos” e manifestou-se “muito feliz” pela visita do monarca espanhol, Felipe VI, a Luanda.
Em declarações aos jornalistas, no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, o chefe de Estado rejeitou ver nesta visita uma ameaça às relações entre Portugal e Angola: “Eu acho que é muito bom sinal. Eu fico muito, muito feliz”, contrapôs.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, os portugueses têm sido, no quadro europeu, “praticamente cavaleiros andantes isolados nas relações entre a Europa e África”.
Espanha “avançar agora para um conhecimento maior da economia, da sociedade de outros países africanos, e grandes países africanos e potências regionais, como é o caso de Angola e para Moçambique, é muito bom para todos, muito, muito bom para todos”, considerou.
Para o Presidente da República, “os portugueses que lá estão e a atividade económica portuguesa que lá está, está, está bem, é fundamental e vai aumentar”.
No seu entender, “o haver atividade espanhola, italiana ou francesa — que houve noutros tempos, sobretudo na África Ocidental, e diminuiu — é bom, porque isso permite uma ligação entre a Europa e África que não está a funcionar em muitos casos“.
E ao não funcionar significa que estamos a perder a grande vantagem que levou a que Portugal organizasse as duas grandes cimeiras Europa-África, com outros países europeus a acompanharem mas assim um bocadinho relutantes. A Espanha ter percebido isso é muito bom”, acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que é preciso “investimento e cooperação económica que crie condições para os africanos poderem viver e procurar a sua realização em África”.
Sem isso, “depois não se queixe a Europa das migrações, dos problemas de instabilidade política, militar, social que obrigam a intervenção de forças destacadas e de missões de paz europeias em África”, disse.
De acordo com o chefe de Estado, para Portugal tem sido “difícil explicar isto” a muitos países europeus que não têm “tradição de conhecimento da realidade africana”.