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O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, garantiu que “nada está excluído” em termos do fornecimento de equipamento militar à Ucrânia, nem mesmo os aviões de combate que Kiev tem pedido com insistência. No entanto, lembrando que o treino no uso dos caças é demorado, sublinhou que a prioridade é para já equipar o país com uma defesa antiaérea e mísseis de longo alcance.

“Quando se trata da prestação de assistência militar à Ucrânia, nada está fora da mesa”, afirmou Sunak durante uma conferência de imprensa com o Presidente Volodymyr Zelensky, após uma visita conjunta a uma base militar no sul de Inglaterra onde soldados ucranianos estão a ser treinados pelas forças armadas britânicas.

O chefe de governo britânico disse que o que discutiu com Zelensky é que que “as necessidades mais imediatas são [sistemas de] defesa antiaérea e mísseis de longo alcance”.

Aludindo à necessidade de até cinco anos de treino para pilotar os aviões de combate Typhoon, o líder britânico vincou que “o primeiro passo para poder fornecer aviões avançados é ter soldados ou pilotos capazes de os utilizar” e que o Reino Unido vai começar a trabalhar nesse sentido em breve. Pela sua parte, Zelensky brincou com a questão: “Nem sabia que demorava três anos para treinar um piloto assim. Vá lá, vamos enviar-vos pilotos que já treinaram durante dois anos e meio“.

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Rússia promete “resposta” caso Londres forneça aviões de combate a Kiev

O chefe de Estado admitiu que a Ucrânia precisa de “muito equipamento diferente”, estabelecendo como uma das prioridades a receção de mais veículos blindados. O “inimigo”, acrescentou, tem milhares de unidades”.

“Precisamos de veículos blindados, precisamos de tanques, precisamos de aviões de combate. E, obviamente, passámos muito tempo a falar sobre isto”, adiantou aos jornalistas, acrescentando que espera discutir estas questões de armamento nos próximos dias com os líderes da União Europeia (UE).

Os países ocidentais resistiram até agora fornecer meios aéreos à Ucrânia, mas França e Reino Unido não excluíram esta hipótese, ao contrário dos Estados Unidos, que já se mostraram contra.

Macron e Rutte deixam porta entreaberta, Biden assume o “não”. A resposta dos aliados ao pedido ucraniano de caças

Na semana passada, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, não descartou que Varsóvia possa entregar caças F-16 a Kiev “em coordenação com os países da NATO”, apesar da reticência do presidente norte-americano, Joe Biden.

Outros aliados disseram estar prontos para o fazer, incluindo a Eslováquia, que tem Mig-29 soviéticos, e os Países Baixos, que começaram a substituir a sua frota de F-16 por F-35.

Um porta-voz de Downing Street revelou esta quarta-feira que o primeiro-ministro britânico deu instruções ao ministro da Defesa, Ben Wallace, para analisar que aviões britânicos poderiam eventualmente ser fornecidos. Salientou, no entanto, que “esta é claramente uma solução a longo prazo e não uma capacidade a curto prazo”.

Nos últimos seis meses, receberam formação em território britânico 10.000 militares ucranianos e em 2023 o Reino Unido prevê treinar mais 20.000.

Sunak prometeu estender o programa de treino a pilotos da Força Aérea ucraniana, para que aprendam a manobrar aviões de combate e outros equipamentos militares mais modernos. Apontou, porém, que este é “um processo” que “leva tempo”. “Estamos empenhados em apoiar o presidente e seu país na obtenção de uma vitória”, asseverou.

A Rússia já reagiu às declarações do líder britânico, prometendo uma “resposta” caso Londres forneça aviões de combate. “Quero recordar aos responsáveis em Londres: nesse cenário, a sangrenta colheita do próximo ciclo de escalada ficará na vossa consciência, para além das consequências militares e políticas para o continente europeu e o mundo inteiro”, disse a embaixada russa no país.

Volodymyr Zelensky chegou esta quarta-feira o Reino Unido para uma visita surpresa, onde foi recebido pelo primeiro-ministro britânico antes de fazer um discurso no Parlamento e encontrar-se com o Rei Carlos III no Palácio de Buckingham. Esta foi segunda visita ao estrangeiro desde o início da guerra, depois de no final de dezembro ter visitado Washington. O Presidente ucraniano seguiu para Paris, onde se encontrou no Palácio do Eliseu com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz.