O chefe de Estado russo Vladimir Putin voltou a defender que não foi a Rússia, mas a Ucrânia, que deu origem ao conflito. “Gostava de voltar a dizê-lo: ‘Nós não começamos as hostilidades e estamos a tentar pará-las”, afirmou.

Num dia marcado pela visita do Presidente Zelensky a Bruxelas as autoridades ucranianas disseram que a ofensiva russa no leste “já começou”, mas ainda com “pouco sucesso”.

• O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, solicitou esta quinta-feira oficialmente à Eslováquia a entrega a Kiev dos seus aviões de combate MiG-29, de fabrico russo.

• O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Grossi, alertou em Moscovo que a situação em redor da central nuclear ucraniana de Zaporíjia, controlada pelas forças russas desde março, continua “muito frágil”.

• A guarda fronteiriça e as forças armadas bielorrussas abateram um drone de Kiev em Pinsk, na fronteira com a Ucrânia. Este é o quinto desde o início de novembro, divulgaram as autoridades bielorrussas.

• O Presidente da Bulgária, Rumen Radev, assegurou que o país vai vetar qualquer tentativa de sancionar o setor nuclear na Rússia. “Não podemos aceitar sanções em energia nuclear porque afetará diretamente a nossa energia nuclear”, afirmou.

• Durante a viagem a Bruxelas o Presidente ucraniano teve oportunidade de se encontrar com o Rei Philippe, a quem entregou um fragmento de um avião russo SU-25 que terá sido abatido na Ucrânia. A audiência aconteceu depois de na quarta-feira Volodymyr Zelensky ter sido recebido no Reino Unido pelo Rei Carlos III.

Zelenskyy also met with King Philippe of #Belgium and handed over the wreckage of the Russian SU-25 plane shot down in #Ukraine.

The Ukrainian pilots wrote the words "Together we will win" on it. pic.twitter.com/OBHBdXt2YD

— NEXTA (@nexta_tv) February 9, 2023

• O primeiro-ministro encontrou-se em Bruxelas com o Presidente ucraniano, a quem ofereceu uma lembrança. António Costa disponibilizou a Volodymyr Zelensky a rede diplomática portuguesa, nomeadamente em África e na América Latina, para apoio logístico a ações diplomáticas de Kiev.

• O Governo húngaro criticou o envio de tanques à Ucrânia pelos países ocidentais, afirmando que o fornecimento deste equipamento pode aumentar o perigo de um envolvimento da Europa no conflito armado.

• O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o lançamento de um programa para o desenvolvimento da tecnologia de drones, equipamentos que Moscovo tem usado no conflito com a Ucrânia.

• Pelo menos quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas numa explosão numa antiga fábrica na capital ucraniano, noticiou o Kyiv Independent.

• O Irão terá modificado os drones que está a fornecer à Rússia para que provoquem danos elevados nos alvos atingidos na Ucrânia, avançou a CNN, citando um relatório do Conflict Armament Research (CAR). A Ucrânia tem acusado a Rússia de lançar drones de fabrico iraniano no seu território para atingir infraestruturas energéticas e civis, alegações que Moscovo descarta.

• “Inapropriado”. Foi assim que a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, descreveu o convite feito ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para visitar a capital francesa. “Acredito que a nossa força é a comunhão e unidade … mas há momentos em que favorecer a opinião pública interna arrisca prejudicar a causa, e este é um desses casos”, disse Meloni.

• O Ministério da Defesa da Eslováquia disse que a Alemanha vai fornecer dois sistemas de defesa antiaéreos MANTIS para proteger a fronteira leste com a Ucrânia. “[Os sistemas] vão fortalecer a proteção da nossa fronteira leste com a Ucrânia, assegurada pelas forças e meios das Forças Armadas eslovacas”.

• A Moldávia confirmou as declarações do Presidente ucraniano durante o Conselho Europeu extraordinário: a Rússia pode estará a planear um ataque ao país. Os serviços de informações moldavos disseram ter conhecimento das “atividades subversivas” da Rússia.

Os ucranianos reagiram esta quinta-feira com perplexidade às declarações, de uma das responsáveis da Starlink, de que a Ucrânia “transformou” o serviço de Internet via satélite, que tem sido fundamental militarmente para a sobrevivência contra a invasão russa.

Gwynne Shotwell, presidente da Spacex, que gere a Starlink, disse que a empresa controlada por Elon Musk tomou medidas não especificadas para impedir que as forças ucranianas usem a tecnologia Starlink contra os invasores russos, noticiou a agência Associated Press (AP).

As palavras resultaram em críticas por parte de Mykhailo Podolyak, um importante assessor do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que através da rede social Twitter frisou que a SpaceX precisa de se decidir se está do lado do direito da Ucrânia à liberdade ou do lado da Rússia de matar e conquistar territórios.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, alertou hoje que a situação em redor da central nuclear ucraniana de Zaporíjia, controlada pelas forças russas desde março, continua “muito frágil”.

“Infelizmente, a situação continua muito frágil e instável”, advertiu Grossi, após uma reunião com o diretor-geral da agência atómica russa Rosatom, Alexey Likhachev.

O responsável pela agência nuclear das Nações Unidas detalhou que deveria ter ocorrido hoje uma rotação de funcionários da AIEA naquela central, mas que isso não ocorreu.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, solicitou esta quinta-feira oficialmente à Eslováquia a entrega a Kiev dos seus aviões de combate MiG-29, de fabrico russo, de acordo com órgãos de comunicação eslovacos.

“Iniciamos uma missão de trabalho para enviar mensagens aos nossos parceiros de que é crucial ter aeronaves com padrões ocidentais e MiG [caças soviéticos]”, salientou Zelensky em Bruxelas, após uma reunião com o primeiro-ministro eslovaco, Eduard Heger.

“Enviei um pedido ao primeiro-ministro [eslovaco] para nos ajudar neste caso e acredito firmemente que pode acontecer”, acrescentou o presidente ucraniano, sem dar mais detalhes.

A Eslováquia tem uma frota de 14 caças MiG-29, mas não os utiliza desde o verão passado, devido à falta de manutenção das aeronaves, trabalho levado a cabo por uma entidade russa.

As autoridades ucranianas de Lugansk dizem que a Rússia está a levar a cabo uma ofensiva no leste da Ucrânia, mas ainda com “pouco sucesso”.

A afirmação foi feita pelo Estado-Maior das Forças Armadas de Kiev e pelo responsável da administração militar de Lugansk, Serhiy Hayday.

“Podemos concluir que já começou uma certa escalada. E podemos dizer de facto que isto faz parte da ofensival de grande escala que a Rússia tem estado a planear”, afirmou Hayday numa entrevista à televisão ucraniana, citada pela CNN.

O administrador explicou que os soldados ucranianos têm repelido ataques das forças russas numa estrada que liga Kreminna e Svatove, mas com pouco sucesso. “Não há nenhum avanço. A situação é difícil, mas continua a ser controlada pelas nossas forças”, resumiu.

A CNN nota ainda como um dos bloggers militares pró-russos, Evgeny Poddubny, confirmou esta avaliação no seu canal de Telegram. “Conseguimos recapturar pequenas aldeias, que tinham sido ocupadas pelo inimigo no final do outono”, disse. “No geral, a iniciativa está do nosso lado, embora a situação seja difícil.”

A guarda fronteiriça e as forças armadas bielorrussas abateram um drone (aeronave não tripulada) em Pinsk, na fronteira com a Ucrânia, o quinto desde o início de novembro, informaram hoje as autoridades bielorrussas.

“O incidente ocorreu perto da fronteira estadual na região de Stolin. Os guardas de fronteira bielorrussos detetaram um drone vindo do lado ucraniano em direção ao território bielorrusso”, declarou a Comissão Estadual de Fronteiras.

Esta agência explicou através da plataforma Telegram que uma patrulha de fronteira com o uso de armas eletrónicas “intercetou o voo do drone”.

O primeiro-ministro já divulgou a fotografia do mural que ofereceu ao Presidente ucraniano durante um encontro em Bruxelas.

António Costa presentou Zelensky com a fotografia de um mural em Kiev da autoria do artista português Alexandre Farto, conhecido como Vhils, de Serhiy Nigoyan, o primeiro ativista morto durante a onda de protestos na Ucrânia, em 2014.

“Trata-se de um tributo a Serhiy Nigoyan, o primeiro ativista morto nos protestos pró-europeus da Praça Maidan, em janeiro de 2014”, disse António Costa.

À margem do #EUCO, ofereci ao Presidente @ZelenskyyUa a fotografia de uma obra de @vhils1 em Kiev. Trata-se de um tributo a Serhiy Nigoyan, o primeiro ativista morto nos protestos pró-europeus da Praça Maidan, em janeiro de 2014. pic.twitter.com/jfZTfgqt1Z

— António Costa (@antoniocostapm) February 9, 2023

Com Lusa

O Presidente da Bulgária, Rumen Radev, assegurou hoje que o seu país vetará qualquer tentativa de sancionar o setor nuclear na Rússia, no dia em que decorreu a cimeira de líderes da União Europeia.

“Não podemos aceitar sanções em energia nuclear porque afetará diretamente a nossa energia nuclear. Não há possibilidade de que isso aconteça. Somos muito cuidados, quando os nossos interesses são ameaçados, em particular em energia nuclear. Se for necessário, imporemos um veto”, assegurou o chefe de Estado búlgaro em declarações aos ‘media’ em Bruxelas.

A Bulgária possui uma única fábrica nuclear, em Kozloduy, de tecnologia soviética e que funciona exclusivamente com combustível russo e assegura pouco mais de um terço das necessidades energéticas do país balcânico.

O Presidente Vladimir Putin voltou a defender que não foi a Rússia a originar as hostilidades na Ucrânia, mas garantiu que o país quer pôr um fim ao conflito.

Durante um encontro com representantes da indústria da aviação, o líder russo disse que as hostilidades começaram em 2014, ano em que Moscovo anexou a península ucraniana da Crimeia em que a região de Donetsk e Lugansk (Donbass) autoproclamaram a sua independência da Ucrânia.

“Nós não começamos as hostilidades e estamos a tentar pará-las. Estas hostilidades tiveram início com os ucranianos nacionalistas e os seus apoiantes em 2014, quando ocorreu o golpe. Foi assim que tudo começou e os eventos da Crimeia e do Donbass seguiram-se”, afirmou Putin, citado pela agência TASS.

Desde o início da invasão russa, em fevereiro do ano passado, que o chefe de Estado tem justificado o conflito com a necessidade de defender os separatistas pró-Rússia, reagir aos avanços da NATO e “desnazificar” a Ucrânia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, viajou esta quinta-feira para Bruxelas, uma viagem marcada pelo discurso no Conselho Europeu. O chefe de Estado também teve oportunidade de se encontrar com o Rei Philippe.

Segundo a agência Nexta, Zelensky ofereceu ao monarca um fragmento de um avião russo SU-25 que terá sido abatido na Ucrânia. “Juntos vamos ganhar”, escreveram os pilotos ucranianos no objeto.

Zelenskyy also met with King Philippe of #Belgium and handed over the wreckage of the Russian SU-25 plane shot down in #Ukraine.

The Ukrainian pilots wrote the words "Together we will win" on it. pic.twitter.com/OBHBdXt2YD

— NEXTA (@nexta_tv) February 9, 2023

Pelo menos quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas numa explosão numa antiga fábrica na capital ucraniano, noticiou o Kyiv Independent. Segundo o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, estão a decorrer operações de resgate no local.

⚡️Mayor: 4 killed in explosion at former factory in Kyiv.

Five more people have been injured in the explosion at a former factory in Kyiv, Vitali Klitschko, the city mayor, reported on Feb. 9. The rescue operation is still underway.

????Kyiv City Military Administration pic.twitter.com/OvlsTznc21

— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) February 9, 2023

O primeiro-ministro disponibilizou hoje, em Bruxelas, ao Presidente ucraniano a rede diplomática portuguesa, nomeadamente em África e na América Latina, para apoio logístico a ações diplomáticas de Kiev, segundo fonte oficial.

Além de disponibilizar a rede de embaixadas e consulados para dar apoio logístico a ações diplomática que a Ucrânia queira desenvolver, António Costa garantiu ainda a Volodymyr Zelensky o contributo português em três temas: segurança alimentar, segurança energética e combate ao ecocídio, isto é, a destruição dos recursos naturais, e manifestou-se disponível para participar na fórmula de paz desenhada por Kiev.

No encontro com Zelensky, na quarta ronda de encontros multilaterais à margem da reunião do Conselho Europeu, o primeiro-ministro português considerou, segundo a mesma fonte, “fundamental evitar efeitos colaterais indesejados das sanções, como na segurança alimentar”.

No que respeita ao alargamento da União Europeia à Ucrânia, António Costa disse que Lisboa está “disponível para continuar a apoiar”, salientando que o trabalho de casa não está só do lado de Kiev, a UE tem também de se preparar “a nível institucional e orçamental”.

Portugal confirmou ainda o apoio militar à Ucrânia.

O Governo húngaro criticou hoje o envio de tanques à Ucrânia pelos países ocidentais, ao considerar que esta estratégia pode aumentar o perigo de um envolvimento da Europa no conflito armado.

“Não sabemos se esta estratégia não será perigosa na perspetiva de que poderia envolver a Europa na guerra”, disse em declarações aos jornalistas o ministro da Governação húngaro, Gergely Gulyás, ao ser interrogado sobre o envio de tanques à Ucrânia em apoio à guerra contra a Rússia.

O ministro reiterou que a Hungria condena a agressão russa “apesar do que afirma a imprensa internacional”, e voltou a insistir no início de negociações de paz. Nesse sentido, acrescentou que o envio de armas à Ucrânia agrava a guerra e afirmou que “é responsabilidade de todos evitar uma guerra mundial”.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, encontrou-se esta quinta-feira com o Rei Philippe, em Bruxelas, avançou a AFP.

#BREAKING Ukraine President Zelenksy meets Belgium's King Philippe: palace pic.twitter.com/HaFi8eHznZ

— AFP News Agency (@AFP) February 9, 2023

O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou hoje o lançamento de um programa para o desenvolvimento da tecnologia de drones, aparelhos voadores não tripulados que Moscovo tem importado do Irão para utilizar no conflito com a Ucrânia.

“Em breve, o Governo deve lançar um projeto nacional cujo objetivo é garantir o potencial para uma ampla produção de drones”, afirmou Putin durante uma reunião sobre as iniciativas estratégicas da Rússia.

O Presidente russo destacou que os sistemas não tripulados são “o verdadeiro catalisador da tecnologia de ponta” em áreas como a aviação, navegação, radioeletrónica ou inteligência artificial, pelo que considerou “extremamente importante” a concentração da produção de ‘drones’ em território russo.

O Irão terá modificado os drones que está a fornecer à Rússia para que provoquem danos elevados nos alvos atingidos na Ucrânia, avançou a CNN, citando um relatório do Conflict Armament Research (CAR).

Os analistas do grupo de pesquisa, que investiga o fornecimento de armas em países em conflito, acreditam que os drones terão sido modificados para provocar o máximo de danos nas infraestruturas ucranianas e tornar mais difíceis os trabalhos de reparação.

A Ucrânia tem acusado a Rússia de lançar drones de fabrico iraniano no seu território para atingir infraestruturas energéticas e civis, alegações que Moscovo descartou.