Foram construídos 110.784 edifícios na última década em Portugal, o que corresponde a 3,1% do parque habitacional em Portugal. A estimativa é do Instituto Nacional de Estatística (INE), que, a partir dos dados dos Censos 2021, afirma, também, que 61,6% dos alojamentos ocupados pelo proprietário não têm encargos associados a crédito para aquisição – quem tem crédito, porém, está a pagar 360,5 euros em média ao passo que quem arrenda paga um valor médio de renda de 334 euros.

Estas são algumas das principais análises feitas no destaque que o INE fez sobre o setor da habitação, que está a ser apresentado em Lisboa esta quarta-feira. O INE calculou um “índice de envelhecimento dos edifícios” que se situou em 747 na média nacional – porém, com uma grande disparidade a nível regional: os mais “velhos” no Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Alentejo Central e os mais recentes (em média) nas zonas do Cávado, Ave e Tâmega e Sousa. Este é um índice calculado, em termos simples, a partir do rácio entre o número de edifícios construídos até 1960 e o número de edifícios construídos após 2011.

Este crescimento do parque habitacional foi visivelmente inferior ao verificado em décadas anteriores, em que as taxas de variação foram sempre superiores a 10% para os edifícios, e entre os 16,3% a 25,0% para os alojamentos”, diz o INE.

A partir dos dados dos Censos 2021, o INE calculou que em Portugal existiam mais de 3,5 milhões de edifícios clássicos habitacionais em Portugal (3.573.416), o que corresponde a quase 6 milhões de alojamentos (5.981.482). Os edifícios com um alojamento correspondiam a 86,7% do total de edifícios, diz o INE.

Eis algumas outras conclusões tiradas pelo instituto a partir dos dados dos Censos 2021.

  • 69,4% dos alojamentos encontravam-se ocupados como residência habitual;
  • Os alojamentos familiares clássicos ocupados como residência habitual tinham maioritariamente quatro ou cinco divisões;
  • 51,9% dos alojamentos familiares clássicos tinham uma área útil entre 60 m2 e 119 m2, registando-se uma área média útil de 112,4 m2;
  • A maioria dos edifícios (64,2%) não necessitava de reparações e apenas 4,6% necessitavam de reparações profundas;
  • O tipo de aquecimento utilizado com mais frequência nos alojamentos familiares clássicos eram os aparelhos móveis (aquecedores elétricos, a gás, etc.);
  • A grande maioria (83,4%) dos alojamentos familiares clássicos não dispunha de ar condicionado. Esta percentagem reduzia para 63,5% nos alojamentos construídos na última década;
  • 63,6% dos alojamentos em Portugal encontravam-se sublotados e 23,7% tinham lotação normal, ou seja, consideravam-se adequados ao número de pessoas que neles residiam. Ou seja, apenas um em cada quatro alojamentos contém o número de divisões adequado ao número de habitantes, com 12,7% em situação de sobrelotação e 63,6% com mais divisões do que o necessário;
  • Cerca de 60,6% dos arrendatários estão na mesma habitação há mais de um ano e menos de 10, enquanto 4,6% se encontram no primeiro ano de contrato e 12,7% há mais de 40 anos
  • 34,0% dos alojamentos eram acessíveis a cadeira de rodas. Esta percentagem subia para 68,2% nos alojamentos construídos na última década;
  • Cerca de 42% das casas em Portugal (usadas como residência habitual) não têm qualquer estacionamento ou garagem.

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