A Câmara Municipal de Lisboa estima que cerca de metade dos edifícios da capital do país não serão capazes de resistir a um sismo, com base numa avaliação de engenheiros do Instituto Superior Técnico, que estão a trabalhar com a autarquia. A informação foi confirmada ao jornal Expresso pela vereadora do Urbanismo da cidade, Joana Almeida.

A estimativa baseia-se no facto de 60% do conjunto de edifícios da capital ter sido construído antes de 1958, ano da primeira legislação anti-sísmica a nível nacional.

A autarquia de Lisboa está por isso a desenvolver com a ajuda do Técnico o programa ReSist, para fazer a avaliação de risco sísmico da cidade. O objetivo, explicou ao Expresso a coordenadora Cláudia Pinto, é criar uma “carta da vulnerabilidade sísmica do parque edificado da cidade”, com base em critérios “genéricos” como o ano e o tipo de construção dos edifícios.

Para aferir ao certo o grau de resistência de cada edifício é necessário proceder a vistorias. Contudo, a Câmara não pode obrigar os privados a sujeitarem-se a tais vistorias, razão pela qual a avaliação de risco é menos exata.

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A informação vai no mesmo sentido do que já tinha dito o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, na véspera, durante uma reunião com munícipes. Na quarta-feira, Moedas admitiu que a “cidade está extremamente preparada depois dos anos de 1980, infelizmente não nos bairros mais antigos”.

Moedas diz que Lisboa está “extremamente preparada” para risco sísmico

Apesar disso, o autarca quis deixar uma “palavra de serenidade” sobre a preparação da cidade para sismos, lembrando que está em vigor o plano de emergência de proteção municipal e que, graças ao projeto ReSist, em breve haverá mais informação sobre o risco da cidade.