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Infanta Sofia ruma ao País de Gales. Como é o castelo do século XII onde estuda a realeza?

Este artigo tem mais de 1 ano

O castelo St. Donat’s é a morada do colégio UWC Atlantic, onde a infanta Sofia vai estudar a partir do outono. A filha mais nova dos Reis de Espanha segue a irmã e vai rumar ao País de Gales.

O colégio UWC Atlantic, no País de Gales, ocupa em castelo do século XII
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O colégio UWC Atlantic, no País de Gales, ocupa em castelo do século XII

Matthew Horwood / Getty Images

O colégio UWC Atlantic, no País de Gales, ocupa em castelo do século XII

Matthew Horwood / Getty Images

No próximo ano letivo, St. Donat’s vai receber outra ilustre aluna entre os vários jovens que iniciam mais um percurso académico. A Casa do Rei de Espanha informou esta semana, através de comunicado, que a infanta Sofia irá estudar no mesmo colégio que a irmã frequenta atualmente no País de Gales, a partir do próximo ano letivo. Trata-se do UWC Atlantic College em Gales e pertence aos United World Colleges (Escolas do Mundo Unido). A escola é um castelo do século XII e tem uma seleção de alunos bem diversificada e multicultural que inclui alguns membros da realeza.

Era uma vez uma escola com tradição real

O colégio UWC Atlantic, no País de Gales, tornou-se um tópico de interesse em 2021 porque nesse outono duas princesas europeias integraram o leque de novos alunos. Leonor, a princesa das Astúrias e herdeira do trono de Espanha e Alexia, a segunda das três filhas dos Reis dos Países Baixos levaram um pouco do glamour da realeza para este castelo do século XII, na fria costa galesa.

A presença de ilustres e reais alunos não é uma novidade nesta escola — a princesa dos Países Baixos seguiu as pisadas do pai, o atual Rei Willem-Alexander, que ali estudou entre 1983 e 1985, e fez parte da equipa de serviço de barco salva vidas da escola. Foi aliás nesta escola que foi inventado o barco insuflável rígido (a sigla britânica é RIB para rigid inflatible boat), segundo conta a Tatler.

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Recentemente, também a princesa Elizabeth, duquesa de Brabant e futura rainha dos belgas, estudou neste colégio, continuando posteriormente a sua formação em Oxford, a estudar História e Política. Mas nem só a realeza europeia escolhe o UWC Atlantic. Também a princesa Raiyah da Jordânia, a filha mais nova dos antigos Reis Hussein e Noor da Jordânia estudou ali.

O estabelecimento recebe anualmente cerca de 360 alunos de 90 nacionalidades e a diversidade de estudantes é uma característica muito valorizada, tanto pela instituição como pelos pais. Há dois tipos de alunos nestes colégios, os bolseiros e os que pagam as propinas. Os bolseiros têm diferentes origens culturais, políticas, sociais e económicas, chegam de 155 países e são escolhidos por uma rede de 3000 voluntários para a escola a nível global. Alguns destes alunos são refugiados ou vítimas de alguma guerra e não pagam de todo as propinas no valor de milhares de libras que os bacharelatos internacionais (cursos de dois anos) custam.

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O interior e exterior do UWC Atlantic, no País de Gales

Getty Images

“Hogwarts para hippies”

O jornal The Times chamou ao UWC Atlantic “Hogwarts para hippies” e, de facto, o colégio tem algumas características que o assemelham à escola de feitiçaria, mas na vida real. Trata-se do castelo de St. Donat’s, uma construção medieval do século XII, que fica no Vale de Glamorgan, perto de Cardiff, na costa sul do País de Gales. Neste colégio interno há um salão de jantar em estilo gótico que terá aparecido no filme “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, segundo conta o jornal britânico. Uma vez que se trata de um colégio interno, na propriedade com quase 50 hectares e vista para o mar, há oito casas nas quais estão os dormitórios, e cada quarto recebe quatro pessoas. O colégio tem dois burros de estimação, Ava e Hugo, e tratar deles é uma das atividades extracurriculares, assim como o coro, astronomia, tricot, teatro, futebol, ioga e tai-chi, revela a Tatler.

Em 1925 o editor de jornais norte-americano Randolph Hearst viu uma peça sobre o castelo St. Donat’s na revista Country Life e decidiu comprá-lo. Remodelou parte da propriedade e deu festas que tiveram como convidados figuras bem conhecidas como Winston Churchill, o ator Charlie Chaplin, o ex-presidente norte-americano John F. Kennedy ou o dramaturgo irlandês George Bernard Shaw que terá dito sobre o castelo “o que Deus teria construído se tivesse tido o dinheiro para isso”.

Em 1960, o castelo foi comprado pelo empresário francês Antonin Besse, que o doou à UWC Atlantic. Besse tinha uma dedicação especial à educação e já tinha, em 1949, convencido a Universidade de Oxford a aceitar fundos para a criação de uma nova escola que aceitasse estrangeiros (especialmente franceses), que viria a ser a St. Antony’s College.

O UWC Atlantic viria a abrir portas em 1962, fundado por Kurt Hahn, um especialista alemão em educação que acreditava que uma forma de ensino focada na responsabilidade, na internacionalidade e na democracia era necessária para evitar repetir a Primeira Guerra Mundial. Hahn já tinha fundado, décadas antes, o colégio Gordonstoun, na Escócia, onde o príncipe Filipe estudou na sua juventude e onde depois fez questão que o filho, o príncipe Carlos, também estudasse. Contudo a experiência foi bem diferente para ambos. Se o pai gostou do tempo passado na escola, para o filho foi um sacrifício. A série “The Crown” dedica o nono episódio da segunda temporada a contar a passagem de ambos pela escola.

No verão, quando os alunos regressam a casa, o colégio galês recebe o Festival Beyond the Border Storytelling, um evento artístico que acontece desde 1993 e onde se recontam histórias tradicionais. Este ano, o festival já tem data marcada para os dias 7 a 9 de julho.

Esta é uma escola da United World Colleges, entre um total de 18 instituições de ensino espalhadas pela Europa, Ásia, África e Américas. Cada ano o grupo recebe mais de 10.500 alunos de 150 países diferentes. Mas os nomes ilustres não se ficam apenas pelas salas de aulas. Pela presidência da UWC já passou Nelson Mandela e atualmente a pasta está nas mãos da Rainha Noor da Jordânia, que a recebeu em 1995 do Rei Carlos III (que na época era o príncipe de Gales). “Uma educação UWC não é um fim por si só, mas é desenhada para inspirar e equipar os alunos com as competências que necessitam para procurar a realização pessoal e na comunidade, para serem conscientes das necessidades dos outros e para se tornarem ativistas para um mundo mais pacífico e sustentável”, segundo uma mensagem da rainha Noor no site do grupo de escolas.

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A princesa Leonor na UWC Atlantic, na Escócia, quando chegou ao colégio em 2021. A princesa Alexia dos Países Baixos que entrou nesta escola no mesmo ano. A infanta Sofia com a irmã e a mãe no verão de 2022. A rainha Noor da Jordânia num colégio UWC no Novo México

Spanish Royal Household via Getty Images

Sua alteza a nova aluna, a infanta Sofia

A infanta Sofia é a filha mais nova dos Reis Felipe e Letizia de Espanha. Completa 16 anos no próximo dia 29 de abril, e é com essa idade que vai rumar ao País de Gales para ingressar no UWC Atlantic, entre o final do mês de agosto e início de setembro, segundo informou a Casa do Rei, em comunicado, na passada segunda-feira dia 6 de fevereiro. Escreve o El País que “a Casa do Rei tem especial cuidado em apresentar a infanta Sofia como o melhor apoio da sua irmã mais velha”. Os Reis fazem questão de dar uma educação igual a ambas as filhas, porque o peso da responsabilidade da coroa é demasiado pesado para Leonor o vir a carregar sozinha e é importante que tenha na irmã um apoio.

Assim, Sofia segue as pisadas da irmã mais velha, a princesa Leonor, e vai frequentar um International Baccalaureate (IBDP, cuja tradução será Bacharelato Internacional e consiste numa formação académica de dois anos), de 2023 a 2025, e conta com estudos de ciências e letras. O comunicado real informa que a infanta “se submeteu satisfatoriamente a todo o processo de seleção exigido pela Fundación Comité Español de los Colegios del Mundo Unido”, pode ler-se online. “Este programa completa-se com um curso interdisciplinar comum sobre teoria do conhecimento, uma monografia de natureza investigativa, assim como um programa especial de criatividade (teatro, música, arte, etc), ação (desportos) e uma atividade que implique um serviço à comunidade (apoio em escolas locais, trabalho com crianças com dificuldades intelectuais, terceira idade, primeiros socorros, cuidado e recuperação de espécies animais, resgate marítimo, guarda-costas, etc.).”

Tal como Leonor, Sofia vai estudar em regime de internato, e viver dentro do recinto do colégio. No comunicado, a Casa do Rei dá conta do valor que estes dois anos de estudos representam, 74 mil libras (mais de 83.300 euros), e que o custo será pago a título pessoal pelos Reis.

A princesa Leonor partiu para o Reino Unido a 30 de agosto de 2021 e na altura foram divulgadas imagens que mostravam os monarcas espanhóis e a infanta Leonor a despedirem-se da princesa das Astúrias no aeroporto. Toda a família estava a usar máscara, uma vez que ainda se vivia o tempo de pandemia de Covid-19. O percurso da princesa Leonor neste colégio termina este verão e ainda não se sabe que estudos se seguirão.

Princesa Leonor de Espanha muda-se para o País de Gales para estudar em colégio interno

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