O quarterback Patrick Mahomes conquistou a segunda Super Bowl da sua (ainda curta) carreira, liderando os Kansas City Chiefs numa das mais renhidas finalíssimas de sempre na liga de futebol americano, a NFL. Não se enganou quem previu um festival de futebol ofensivo e, no final, fizeram a diferença a veterania dos treinadores dos Chiefs e a genialidade de Mahomes – que, mesmo com um tornozelo lesionado, se consolidou como o sucessor de Tom Brady.
A equipa de Kansas City (Missouri), que foi à Super Bowl pela terceira vez nos últimos quatro anos, derrubou os Philadelphia Eagles por 38-35, com um empate de 35-35 quebrado por um field goal convertido pelos Chiefs a 11 segundos do final do jogo. Mahomes fez a festa no final apesar de praticamente não ter posto os pés em campo na primeira parte – os Eagles dominaram a partida nos primeiros 30 minutos, liderados por um destemido Jalen Hurts (que marcou três touchdowns em corrida, um recorde na Super Bowl).
O prodígio ou o desprezado – qual deles vai vencer a Super Bowl?
Mas no intervalo, enquanto a cantora Rihanna subia e descia no seu palco suspenso no halftime show, os Chiefs reagruparam-se e lançaram um plano de ataque demolidor que culminaria com três touchdowns consecutivos logo a partir do início da segunda parte. Essa investida imparável levou os Chiefs à liderança do marcador pela primeira vez quando já faltavam apenas 11 minutos para o jogo terminar.
Até esse momento, os Eagles estiveram sempre na frente e a coisa chegou a parecer estar mal parada para Kansas City – sobretudo quando o quarterback Mahomes agravou uma lesão que sofreu há várias semanas, num tornozelo. Chegou-se a admitir que Mahomes poderia não conseguir jogar na segunda parte e teria de ser substituído pelo quarterback suplente. Mas voltou do balneário, como se nada fosse, e a partir da segunda parte desmontou a defesa dos Eagles com a precisão de um cirurgião.
Porém, apesar de todo o enfoque estar sobre os atletas em campo, este foi um jogo que mostrou que na NFL a idade ainda é um posto – quando se fala da idade e experiência da equipa técnica. O reajuste da estratégia ao intervalo, identificando as lacunas que a defesa dos Eagles tinha mostrado na primeira parte, foi o que acabou por fazer a diferença no jogo – e, aí, o mérito é do “maestro” Andy Reid (o treinador dos Chiefs que liderou os Eagles durante 14 anos, sem nunca vencer uma Super Bowl em Filadélfia) e do coordenador ofensivo Eric Bieniemy.
Para os Eagles, esta não será uma derrota fácil de engolir, sobretudo depois de terem estado na dianteira durante mais de três quartos do tempo regulamentar. Mesmo depois de terem perdido a dianteira do marcador, já nos últimos 15 minutos de jogo, o (ainda mais) jovem Jalen Hurts ainda conseguiu voltar a nivelar a partida com o seu terceiro touchdown em corrida – incluindo uma difícil conversão de dois pontos após um touchdown.
A última posse de bola (significativa) acabou por ser para os Kansas City Chiefs que, no final, conseguiram progredir no campo o suficiente para chutar um último field goal certeiro– três pontos, que fizeram a diferença no resultado final. Pela eficácia dos Chiefs e pela resiliência dos Eagles, o jogo terminou, contudo, deixando a sensação clara de que esta não terá sido a última vez que estas duas equipas – e estes dois quarterbacks – se encontraram numa Super Bowl.