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São campanhas de informação “discretas”para apoiar objetivos estratégicos russos específicos. E são utilizadas também para “minimizar perdas no campo de batalha”, criando condições para ofensivas russas. O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) alerta, no seu mais recente relatório, para estas campanhas de informação russas que têm um objetivo fundamental: “Dissuadir ou retardar o fornecimento de apoio material do Ocidente à Ucrânia.”
Segundo o ISW, as campanhas de informação no início da guerra aumentaram a ideia de que a Rússia possui o “segundo maior exército do mundo” com capacidades militares avançadas. “Essas operações de informação visavam enganar o Ocidente e a Ucrânia” — ou seja, “qualquer transferência de equipamento militar seria irrelevante” porque Kiev não seria capaz de resistir.
O ISW lembra que, apesar de a Rússia considerar os “envios de ajuda militar ocidental para a Ucrânia como alvos militares legítimos”, logo em março de 2022, “os russos não mostraram as capacidades dinâmicas de direcionamento necessárias para atacar o material ocidental que se deslocava para dentro e através da Ucrânia durante o primeiro ano da guerra”.
O ISW dá vários exemplos de campanhas de informação russa. “A Rússia intensificou as narrativas sobre o risco de uma escalada nuclear em setembro, novembro” para dissuadir o Ocidente de fornecer à Ucrânia o material necessário para continuar as suas contra-ofensivas após “devastadoras falhas militares russas” na região de Kharkiv.
A ideia de que estaria disposta a negociar com Kiev, tem servido o mesmo propósito, segundo o ISW. “Agora está claro que a campanha de informação russa centrada nas negociações de paz que se intensificou em dezembro de 2022 visava — entre outras coisas — atrasar o fornecimento de tanques ocidentais” e outros equipamentos essenciais para a continuação das contra-ofensivas mecanizadas ucranianas, a fim de estabelecer condições para as ofensivas planeadas pela própria Rússia.