Talvez não sejam nada de outro mundo os objetos voadores não identificados (OVNI) que têm sido detetados pelas autoridades norte-americanas e canadianas. E nem de origem chinesa. Uma nova teoria, que será a principal para o Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, aponta que os balões abatidos pela Força Aérea podem ser “inofensivos”, utilizados para fins científicos por entidades comerciais.
A tese foi partilhada no mesmo dia em que o sistema de vigilância da Força Aérea da Roménia detetou a presença de um OVNI no seu espaço aéreo. O Ministério da Defesa romeno afirmou que o objeto, que voava a 11 mil metros de altitude, era semelhante a um balão meteorológico. Já não foi encontrado quando dois jatos MiG 21 LanceR chegaram ao local apontado inicialmente nos radares.
John Kirby, porta-voz daquele conselho, disse aos jornalistas numa conferência de imprensa esta terça-feira que as autoridades não viram “nenhuma indicação ou qualquer coisa que aponte especificamente para a ideia” de que os OVNIs abatidos pelos Estados Unidos “faziam parte do programa de espionagem [da China] ou que estavam definitivamente envolvidos em esforços externos de recolha de dados secretos”.
Também não encontraram qualquer indicação de que os objetos tinham origem extraterrestre, disse ainda na segunda-feira fonte oficial da Casa Branca. “Não há sinais de aliens ou atividade extraterrestre nestes objetos abatidos“, disse a assessora Karine Jean-Pierre, numa resposta mais definitiva que a utilizada na véspera pelo Pentágono: “Não excluo nada. Neste momento continuamos a avaliar todas as ameaças ou possíveis ameaças, desconhecidas, que se aproximem dos EUA, tentando identificá-las”, avançou o general Glen VanHerck, responsável pela supervisão do espaço aéreo norte-americano.
Após longas horas de especulação, o Conselho de Segurança Nacional norte-americano revela qual é a resposta mais provável para as autoridades neste momento: “Não se vai descartar a possibilidade de que possam ser balões simplesmente relacionados a entidades comerciais ou de investigação e, portanto, benignos. Isto pode muito bem ser, ou pode emergir, como a explicação mais plausível.”
Marinha norte-americana recupera “destroços significativos” do balão chinês abatido
A 4 de fevereiro, os Estados Unidos abateram um balão que tinha entrado no espaço aéreo do país sem autorização. De acordo com as autoridades norte-americanas, o objetivo é um aparelho espião de origem chinesa e a sua presença nos céus dos Estados Unidos constitui uma “violação inaceitável de soberania” do país. A China recusa esta tese, garante que o objeto é um balão meteorológico que saiu acidentalmente de curso — e até acusou os Estados Unidos de serem eles a usar balões de espionagem na China.
China acusa Estados Unidos de também usar “balões de espionagem”. Washington desmente
Desde então, outros objetos voadores foram encontrados nos Estados Unidos e no Canadá — mas sobre esses não haverá indicações de que terão origem chinesa, segundo as instituições norte-americanas. Três deles foram, ainda assim, abatidos na América do Norte; e os destroços foram recolhidos em terra para serem analisados por equipas de cientistas.