Nikki Haley, ex-governadora e ex-embaixadora norte-americana junto das Nações Unidas, anunciou esta terça-feira que vai candidatar-se à presidência dos EUA pelos republicanos, na corrida que já conta oficialmente com Donald Trump. Num vídeo publicado nas redes sociais, Haley diz que é “tempo para uma nova geração de líderes”.
Get excited! Time for a new generation.
Let’s do this! ???? ???????? pic.twitter.com/BD5k4WY1CP
— Nikki Haley (@NikkiHaley) February 14, 2023
Filha de imigrantes indianos, começa o vídeo do anúncio a sublinhar como se sentiu “diferente” ao crescer. “A minha mãe sempre disse que o meu trabalho não era focar-me nas diferenças, mas nas semelhantes”, disse a republicana que, se vencer, tornar-ser-á a primeira ásio-americana a liderar os republicanos na corrida à Casa Branca. Tal como foi a primeira governadora ásio-americana quando, em 2011, se tornou governadora da Carolina do Sul.
Como conta o Washington Post, nos últimos anos, Haley tem mudado frequentemente de opinião quanto a Donald Trump — o próprio brincou com isso numa entrevista, em 2021, à Vanity Fair: “Cada vez que me critica, ‘descritica-me’ cerca de 15 minutos depois”.
Em 2016, quando Trump concorreu pela primeira vez, Haley lançou-lhe algumas críticas, tendo apoiado o rival, Marco Rubio. “Não vou parar enquanto combatermos um homem que opta por não repudiar o KKK. Isso não faz parte do nosso partido. Não é quem queremos para Presidente”, disse, num comício ao lado de Rubio. Em 2021, chegou mesmo a garantir que não iria candidatar-se contra Trump em 2024.
“Não me candidatarei se o Presidente Trump o fizer, e falaria com ele sobre o assunto”, afirmou, quando questionada pela Associated Press. Mais tarde, mostrou ter mudado de ideias: “É maior do que uma só pessoa. E quando olhamos para o futuro da América, acho que é tempo para uma nova mudança geracional.”
Como membro da administração Trump, Nikki Haley apoiou várias opções políticas do ex-Presidente, como a saída do Acordo de Paris ou do Conselho de Direitos Humanos da ONU, ou a mudança da embaixada de Israel para Jerusalém.
Depois do ataque ao Capitólio, em janeiro de 2021, disse que Trump seria “julgado duramente pela História” e que estava “muito errado”. Já Trump, numa entrevista este mês, caracterizou Haley como uma pessoa “muito ambiciosa”. “Não conseguiria ficar sentada. Eu disse-lhe ‘ Sabes, Nikki, se queres candidatar-se, vai em frente”. Assim o fez. Haley, de 51 anos, vai concorrer contra Trump, de 76, que já anunciou, em novembro do ano passado, que será candidato.