A China admitiu esta quarta-feira que “ainda enfrenta múltiplos problemas e desafios na promoção e proteção dos direitos económicos, sociais e culturais” do país, e que “há espaço para melhorias”.
A mensagem, citada pela agência Associated Press, foi deixada esta quarta-feira em Genebra pelo embaixador chinês Chen Xu, representante permanente da China na Organização das Nações Unidas (ONU), numa audiência sobre direitos humanos.
A audiência, que prolongar-se-á até quinta-feira, é no âmbito do Comité da ONU para os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, passando em revista os membros da organização internacional em matérias sobre direitos humanos.
A audiência desta quarta-feira da China durou cerca de seis horas e nela participaram o embaixador Chen Xu e uma delegação de cerca de 40 enviados representantes da China, Hong Kong e Macau. À porta do edifício onde decorreu a reunião houve um protesto de manifestantes em defesa da minoria Uyghur, da China.
Ninguém pode dizer que tem um histórico perfeito de proteção dos direitos humanos, porque há sempre espaço para melhorias. A China ainda enfrenta múltiplos problemas e desafios em promover e proteger os direitos económicos, sociais e culturais”, disse Chen Xu, citando problemas em áreas como a educação, o emprego, a assistência médica, a habitação e a proteção ambiental.
No discurso de abertura da audiência, o embaixador chinês elencou uma série de conquistas do país, nomeadamente a redução dos índices de pobreza e o aumento da esperança média de vida na China.
Michael Windfuhr, vice-diretor do Instituto Alemão de Direitos Humanos e relator das audiências, reconheceu que “lidar com a China em seis horas de uma audição sobre o estado do país é um desafio para o comité” da ONU.
As perguntas dirigidas à delegação chinesa foram submetidas por cerca de 20 organizações e grupos não-governamentais e apresentadas por um conjunto de especialistas independentes que trabalham com a Organização das Nações Unidas.