O chefe do governo de Macau, Ho Iat Seng, anunciou esta sexta-feira uma visita oficial a Portugal, sem adiantar datas, mas sublinhou que esta será a sua primeira deslocação ao exterior após a pandemia de Covid-19.

A informação foi avançada após um encontro com o novo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, tendo sublinhado que a decisão serve também para “demonstrar a importância e o respeito pelas relações amigáveis entre a China e Portugal”.

“O Governo da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] planeia organizar uma delegação empresarial e do setor de comunicação social para acompanhar a visita, e espera que esta possa promover a cooperação e o intercâmbio nos domínios do ensino do português, ciência e tecnologia, área farmacêutica e economia marítima“, segundo um comunicado das autoridades.

Na mesma nota adianta-se que Ho Iat Seng “revelou que o Governo da RAEM pretende ainda aproveitar a ocasião para efetuar uma visita de cortesia à Comissão Europeia, com o objetivo de promover o intercâmbio entre Macau e os países da União Europeia, nas áreas de comércio, ciência e tecnologia, turismo e a normalização da circulação de pessoas”.

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Esta sexta-feira, num encontro com os jornalistas, Alexandre Leitão reiterou algumas das prioridades estabelecidas para o desempenho no novo cargo.

O diplomata elencou objetivos que passam pela valorização do património cultural português e do papel da língua portuguesa e pelo aproveitamento das oportunidades económicas regionais num mercado tão alargado como é o chinês, com destaque para a Grande Baía.

A Grande Baía corresponde a um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) superior a um bilião de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

Alexandre Leitão afirmou ainda que uma das prioridades incontornáveis passa por assegurar a resposta dos serviços consulares, sobretudo num período em que em Macau e em Hong Kong se verificou uma “explosão de procura”, após três anos de fortes restrições fronteiriças nestes dois territórios.