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Foi por pouco, mas ainda chegou a tempo. A União Europeia aprovou finalmente esta sexta-feira o 10º pacote de sanções destinadas a atingir a economia da Rússia, no dia em que se assinala um ano do início da invasão da Ucrânia.

“Um ano passou desde a invasão brutal e ilegal da Rússia na Ucrânia. Esta sexta-feira, a UE aprovou um 10.º pacote de sanções que inclui restrições mais duras à exportação de tecnologia e bens de uso duplo [usadas para fins civis e militares]”, anunciou a presidência sueca através da conta oficial de Twitter.

O novo pacote de sanções aplica ainda “medidas restritivas direcionadas contra pessoas e entidades que apoiem a guerra, difundam propaganda ou entreguem drones usados pela Rússia na guerra e medidas contra a desinformação russa”, acrescenta o organismo.

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Segundo a Euronews, o novo pacote introduz uma proibição de exportação de bens industriais no valor de 11 mil milhões de euros.

As sanções europeias vão atingir diretamente propagandistas do Kremlin — como a Presidente da Comissão Europeia já tinha prometido durante uma visita recente à capital ucraniana –, representantes russos e comandantes militares, bem como indivíduos que a UE pensa estarem envolvidos no rapto e deportação de crianças ucranianas. Além disso, sete entidades iranianas com ligações à Guarda Revolucionária do país (IRGC) também serão alvo de sanções pelo apoio militar no fabrico e fornecimento de drones usados pela Rússia na guerra.

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“Em conjunto, os Estados-membros da UE impuseram as sanções mais vigorosas e de maior alcance de sempre para ajudar a Ucrânia a vencer a guerra. A UE permanece unida com a Ucrânia e o povo ucraniano”, sublinhou a presidência sueca da UE.

As sanções estiveram a ser debatidas ao longo desta semana, mas só a poucas horas do fim do dia foi anunciada uma decisão. O receio era que os 27 não chegassem a um acordo político a tempo, após as negociações para fechar o 10.º pacote de sanções terem falhado na quarta-feira e quinta-feira. O bloco comunitário arriscava-se, assim, a não ter medidas para anunciar no dia do aniversário da guerra, como prometido.

A Reuters refere que a discussão das últimas horas centrou-se em torno de um último obstáculo: a aplicação de restrições ao setor de borracha sintética, com a Polónia a discordar da quota de importações proposta pela Comissão Europeia e a pedir medidas mais duras.

Varsóvia argumentou que a quota de isenção da proibição proposta era demasiado generosa para a Rússia e não refletia as tendências de mercado. “Impor sanções que não vão afetar o orçamento russo são inúteis”, tinha dito aos jornalistas o embaixador polaco Andrzej Sadoś na quinta-feira.

Por outro lado, países como a Alemanha e a Itália mantinham reservas quanto ao impacto económico da medida. O impasse só chegou ao fim ao final da noite desta sexta-feira após reuniões bilaterais que levaram a um compromisso entre a Polónia e os estados mais reticentes, escreve a Euronews.