Siga aqui o nosso liveblog sobre a guerra
Foi por pouco, mas ainda chegou a tempo. A União Europeia aprovou finalmente esta sexta-feira o 10º pacote de sanções destinadas a atingir a economia da Rússia, no dia em que se assinala um ano do início da invasão da Ucrânia.
“Um ano passou desde a invasão brutal e ilegal da Rússia na Ucrânia. Esta sexta-feira, a UE aprovou um 10.º pacote de sanções que inclui restrições mais duras à exportação de tecnologia e bens de uso duplo [usadas para fins civis e militares]”, anunciou a presidência sueca através da conta oficial de Twitter.
It’s one year since Russia’s brutal and illegal invasion of Ukraine.
Today, the EU approved the 10th package of Russian sanctions.
The package includes e.g.:
– Tighter export restrictions regarding dual-use and technology
(1/3)
— Sweden in EU (@SwedeninEU) February 24, 2023
O novo pacote de sanções aplica ainda “medidas restritivas direcionadas contra pessoas e entidades que apoiem a guerra, difundam propaganda ou entreguem drones usados pela Rússia na guerra e medidas contra a desinformação russa”, acrescenta o organismo.
Segundo a Euronews, o novo pacote introduz uma proibição de exportação de bens industriais no valor de 11 mil milhões de euros.
As sanções europeias vão atingir diretamente propagandistas do Kremlin — como a Presidente da Comissão Europeia já tinha prometido durante uma visita recente à capital ucraniana –, representantes russos e comandantes militares, bem como indivíduos que a UE pensa estarem envolvidos no rapto e deportação de crianças ucranianas. Além disso, sete entidades iranianas com ligações à Guarda Revolucionária do país (IRGC) também serão alvo de sanções pelo apoio militar no fabrico e fornecimento de drones usados pela Rússia na guerra.
União Europeia promete a Zelensky que também visará “os propagandistas de Putin”
“Em conjunto, os Estados-membros da UE impuseram as sanções mais vigorosas e de maior alcance de sempre para ajudar a Ucrânia a vencer a guerra. A UE permanece unida com a Ucrânia e o povo ucraniano”, sublinhou a presidência sueca da UE.
As sanções estiveram a ser debatidas ao longo desta semana, mas só a poucas horas do fim do dia foi anunciada uma decisão. O receio era que os 27 não chegassem a um acordo político a tempo, após as negociações para fechar o 10.º pacote de sanções terem falhado na quarta-feira e quinta-feira. O bloco comunitário arriscava-se, assim, a não ter medidas para anunciar no dia do aniversário da guerra, como prometido.
A Reuters refere que a discussão das últimas horas centrou-se em torno de um último obstáculo: a aplicação de restrições ao setor de borracha sintética, com a Polónia a discordar da quota de importações proposta pela Comissão Europeia e a pedir medidas mais duras.
Varsóvia argumentou que a quota de isenção da proibição proposta era demasiado generosa para a Rússia e não refletia as tendências de mercado. “Impor sanções que não vão afetar o orçamento russo são inúteis”, tinha dito aos jornalistas o embaixador polaco Andrzej Sadoś na quinta-feira.
Por outro lado, países como a Alemanha e a Itália mantinham reservas quanto ao impacto económico da medida. O impasse só chegou ao fim ao final da noite desta sexta-feira após reuniões bilaterais que levaram a um compromisso entre a Polónia e os estados mais reticentes, escreve a Euronews.