São 1.207 metros quadrados construídos em madeira, um projeto megalómano que transforma uma dacha russa, típica casa de campo neste país, em palácio. Terá custado mais de 100 milhões de euros, dinheiro oriundo de um fundo secreto em Chipre. O projeto, que arrancou em 2020, será de Yuri Kovalchuk, empresário russo mais conhecido por “banqueiro de Putin”.
O morador? Ao que tudo indica, será Alina Kabaeva, ex-atleta olímpica, que manterá uma relação secreta com o presidente russo (já foi até apelidada de “Eva Braun” do líder), apesar de múltiplas vezes as duas figuras terem negado a relação.
Vladimir Putin não estará longe. A escassos 800 metros da residência de Alina, junto do lago Valdai, e dentro da mesma propriedade repleta de vilas e mansões, fica a luxuosa residência mais privada de Putin, onde raramente acontecem eventos públicos, diz o jornal inglês The Telegraph, que cita o projeto de investigação do The Project que trabalhou a partir de documentos fornecidos por um denunciante.
A investigação levanta ainda a hipótese de o alegado casal ter filhos: a propriedade inclui um parque infantil onde, através de imagens por satélite, crianças foram já vistas a brincar. Os mesmos documentos dão conta de visitas frequentes de familiares da ex-campeã olímpica.
Sobre a propriedade mais privada de Putin, os interiores são descritos como “opulentos”, prestando homenagem a São Petersburgo, cidade natal do Presidente, e ao museu Hermitage. Uma das imagens divulgadas dos interiores da mansão mostram uma sala com cadeiras douradas, em torno de uma mesa de vidro, com um candeeiro redondo, com folhas douradas, penduradas no teto. Numa outra imagem, agora referente à residência de Alina, é possível observar-se um lustre enorme, decorado com pedras de rubi.
A pertença desta mansão a Putin foi denunciada em 2021, pela primeira vez por Alexei Navalny, opositor de Putin, preso desde esse ano.
Os indícios da relação e a origem do dinheiro para o império de casas de luxo
Apesar de várias vezes os rumores terem sido negados por Putin e por Alina, são várias as pistas que apontam na direção de uma relação amorosa. Funcionários da equipa de segurança de Putin, que marcam presença nos eventos privados do presidente, garantem que as duas figuras mantêm uma relação amorosa, ainda que nunca sejam vistas juntas.
Além disso, recorde-se que, entre 2007 e 2014, a ex-campeã olímpica subiu rapidamente no cenário político do país: começou por juntar-se ao partido Rússia Unida, ocupando um lugar na Duma e assumindo, depois, a liderança do Grupo Nacional de Media, a maior holding de media do país, pró-Kremlin. Acresce a isto o facto de que, segundo a investigação do The Project, ela é proprietária de várias outras propriedades de luxo espalhadas pela Rússia — incluindo uma em Sochi, no Mar Negro, que se estima ser o maior apartamento da Rússia.
A investigação do The Project partiu dos documentos fornecidos por um denunciante, uma figura que fará parte do executivo do “império de negócios de um dos amigos mais próximos” de Putin, diretamente ligado à administração da Ermira, a tal empresa sediada no Chipre. Os documentos revelam que figuras no círculo de Putin e as suas organizações injetavam dinheiro na empresa cipriota que, mais tarde, foi usada para comprar as propriedades de luxo da figura máxima do Kremlin.
