Teria sido uma pena para José Mourinho não assistir, à flor da relva, ao espetáculo que os adeptos romanistas deram na bancada antes do início do jogo e que coloriu a vitória frente à Juventus por 1-0 na Serie A. Isto porque o “special one” esteve quase a ser impedido de estar no banco do Olímpico de Roma diante da Vecchia Signora.

O treinador português foi expulso por protestos no jogo anterior que acabou por perder contra a Cremonese. No fim do encontro Mourinho anunciou que estava a considerar agir legalmente contra o quarto árbitro, Marco Piccinini. “Pela primeira vez na minha carreira, um quarto árbitro falou comigo de uma maneira mais incrível. Era injustificável. No final do jogo, fui falar com eles”. Piccinini perante as queixas em relação à não marcação de um livre, o árbitro principal, Marco Serra, mostrou o terceiro cartão vermelho ao técnico esta temporada. “Não quero entrar no facto de Marco Serra ser de Turim e, no domingo, jogarmos contra a Juventus”, atirou o treinador.

A Seria A puniu o Mourinho com dois jogos de castigo e 10.000€ de multa “por ter contestado uma decisão da arbitragem de forma contundente e provocativa no segundo minuto do segundo tempo e repetido esse comportamento no momento da expulsão” e também “por entrar no balneário dos árbitros e abordar o quarto árbitro com expressões ofensivas e inferências no final da partida”. Acontece que o Tribunal de Desportivo de Recurso italiano, no dia anterior ao jogo, suspendeu o castigo enquanto o caso estiver sob investigação. Assim, Mourinho sentou-se no banco de suplentes contra a Juventus.

Na outra área técnica sentou-se Massimiliano Allegri que reconheceu capacidade ao adversário que ia enfrentar no Estádio Olímpico de Roma. “A AS Roma está fazer uma excelente campanha e está a lutar por uma vaga na Liga dos Campeões. Em casa tem uma das melhores defesas da Europa, sofreu apenas cinco golos em onze jogos e vem de quatro vitórias em casa sem sofrer nenhum golo”.

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Um dos jogadores que mais se tem destacado nos giallorossi é Paulo Dybala. O argentino defrontava a Juventus, equipa que representava na temporada passada e ambos os treinadores comentaram a situação. “Dybala foi importante para Juventus e é importante para a AS Roma. Vamos enfrentá-lo com plena consciência de suas características”, disse Allegri. Mourinho confessou que não teve nenhuma conversa especial com o atacante. “Há jogadores que jogam contra as equipas anteriores e não sofrem do ponto de vista emocional. Não falei com o Paulo. Já jogou em Turim contra a Juve na primeira volta, tem experiência e não acho que seja uma problema para ele” e inclusivamente o português lançou o argentino como homem mais adiantado, abdicando de uma referência atacante como Tammy Abraham  — que continua a reunir pretendentes em Inglaterra, incluindo o Chelsea, o seu antigo clube.

Nesta jornada da Serie A já tinha havido notícia no outro jogo grande da semana. O líder Nápoles perdeu pela segunda vez no campeonato esta temporada, desta vez diante da Lázio. Se a jornada abriu em grande, com mais um clássico do futebol italiano, seguiu na mesmo toada.

A AS Roma conseguiu resistir à avalanche de bolas nos ferros com que a Juventus se aproximou do guarda-redes Rui Patrício. Foi Rabiot, Cuadrado e até a defesa dos giallorossi a testarem a estrutura da baliza. Para agrado da AS Roma, Mancini (53′) teve uma atitude diferente e acertou no fundo das redes. Remate de fora de área, a meia-altura, e Szczesny não teve hipótese.

Após o golo, a Juventus que teve sempre uma postura resguardada, como se a estratégia que Mourinho tantas vezes usa se tivesse virado contra ele. Depois do golo sofrido, a Vecchia Signora assumiu as rédeas do encontro, mas sofreu com a rebeldia que a deixou carente de um homem e impediu a equipa de Turim de tentar o empate. Moise Kean foi expulso por agredir Mancini com um pontapé menos de um minuto depois ter entrado e até o treinador o repreendeu. Assim, a AS Roma subiu ao lugares de apuramento para a Liga dos Campeões beneficiando da derrota do Milan contra a Fiorentina.