Siga aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia

Há vários meses que se especula sobre quem são os responsáveis pelas explosões que danificaram os gasodutos russos Nord Stream 1 e 2, em setembro do ano passado. Novas informações analisadas pelas autoridades norte-americanas apontam que um grupo pró-ucraniano poderá ter estado por trás do ato de sabotagem.

Oficiais norte-americanos revelaram ao jornal New York Times que a análise de novas evidências sugere que o grupo em questão seria formado por opositores do Presidente russo, Vladimir Putin. Admitiram, porém, que para já não há conclusões finais sobre o caso e que ainda pouco se sabe sobre os perpetradores do ataque, bem como as suas filiações.

Gasodutos. O que aconteceu foram fugas ou sabotagem? Se é um aviso de Putin, o que poderá a Rússia ganhar com isto?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As mesmas fontes, que falaram sob condição de anonimato, disseram acreditar com base nas novas informações que os sabotadores eram provavelmente cidadãos ucranianos ou russos, ou um grupo composto por ambos. Garantiram que não estiveram envolvidos nas operações cidadãos norte-americanos ou britânicos.

Os oficias disseram ainda ao New York Times que não há evidências de que o grupo terá atuado sobre as ordens do Presidente Volodymyr Zelensky ou de qualquer responsável do governo ucraniano. Reconheceram que ainda não há conclusões sobre o caso, mas que esta pode constituir uma primeira pista significativa nas várias investigações que decorrem há vários meses.

Ataque NordStream.”É uma notícia sem informação”

As explosões detetadas a 26 de setembro do ano passado provocaram várias fugas de gás no Mar Báltico, detetadas na zona económica da Dinamarca e da Suécia. Ambos os países disseram suspeitar de sabotagem e anunciaram investigações ao sucedido, com o apoio da Alemanha.

Na altura oficiais europeus chegaram a apontar que uma operação deste nível só poderia ter sido conduzida por um estado, tendo em conta a forma como os perpetradores colocaram os explosivos no Mar Báltico sem serem detetados.

Chegou a especular-se que a Rússia poderia estar por trás do incidente, uma hipótese que chegou a ter apoio de alguns responsáveis ucranianos. No entanto, não é clara a motivação russa, uma vez que os gasodutos eram uma importante fonte de lucro de Moscovo e as reparações estão estimadas em milhões de dólares, aponta o jornal norte-americano.

Por seu turno a Rússia responsabilizou os aliados ocidentais da Ucrânia. Por várias vezes apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que investigue de forma independente as explosões.

Ucrânia nega envolvimento no ataque ao Nord Stream. Alemanha ainda não tem resultados da investigação

Um dos principais conselheiros do Presidente ucraniano já reagiu à publicação do artigo do New York Times. Numa publicação na conta do Twitter, Mikail Podolyak garantiu que Kiev não teve qualquer envolvimento no caso.

“Apesar de gostar de colecionar teorias de conspiração divertidas sobre o governo ucraniano, tenho de dizer: a Ucrânia não tem nada a ver com o que aconteceu no Mar Báltico e não tem informações sobre grupos de sabotagem pró-ucranianos”, escreveu. ” O que aconteceu aos gasotutos Nord Stream? ‘Afundaram’, como se diz na Federação Russa …”, acrescentou.

À altura das explosões Podolyak foi um dos primeiros a apontar a Rússia como a culpada, descrevendo o caso como um “ataque terrorista” russo e um “ato de agressão” à União Europeia.

Também o governo alemão tomou conhecimento do artigo publicado esta terça-feira pelo New York Times, mas para já ainda não chegaram a conclusões sobre o alegado ato de sabotagem. Um porta-voz do governo disse à Reuters que a Alemanha, a Suécia e a Dinamarca continuam as investigações e que informaram há poucos dias o Conselho de Segurança da ONU que para já não há resultados.