Já se conhecem alguns pormenores do novo Lamborghini LB744, o próximo topo de gama da marca e sucessor do actual Aventador. Mantém o emblemático 6.5 V12, obviamente atmosférico para não beliscar o sonoro roncar, mas associa-o a três motores eléctricos para lhe incrementar a potência para 1015 cv. As unidades eléctricas são alimentadas por uma bateria com 3,8 kWh, recarregável a 7 kW (em 30 minutos) ou a partir do V12 (em 6 minutos). O construtor não revelou ainda qual a autonomia em modo eléctrico assegurada por este acumulador colocado entre os assentos mas, a avaliar pela capacidade anunciada, não deverá superar 10 a 15 km.

Esta não é a primeira vez que a Lamborghini produz um veículo electrificado, uma vez que já em 2020 fabricou 82 unidades do exuberante Sián – entre coupés e roadsters –, um híbrido que em vez de bateria recorria a supercondensadores para alimentar um pequeno motor eléctrico com 34 cv, destinado a reforçar os 785 cv do V12. Agora a aposta nos electrificados já não é experimental, como no Sián, mas sim para ficar, uma vez que depois do PHEV sucessor do Aventador, a Lamborghini prepara igualmente as versões PHEV do sucessor do Huracán e do Urus. Isto enquanto não chega o seu primeiro modelo 100% eléctrico, agendado para 2028.

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Além de revelar a denominação interna do novo modelo, o LB744, a Lamborghini divulgou ainda que a versão do 6.5 V12 atmosférico, denominada L545, foi alvo de uma série de melhorias para se tornar a mais potente de sempre, produzindo 825 cv, mais 55 cv do que o V12 instalado no mais potente dos Aventadores, o SVJ. Se o imponente motor ganhou potência, por outro lado perdeu peso, acusando agora somente 218 kg, menos 17 kg que anteriormente.

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O renovado 6.5 V12 continua montado em posição central traseira, mas desta vez ao contrário, com a caixa virada para trás e não para a frente. A solução é menos eficiente no que respeita à distribuição de massas pelos dois eixos, mas facilita a montagem da nova caixa automática de dupla embraiagem e oito velocidades colocada em posição transversal – solução a que a Lamborghini não recorria desde o Miura de 1966 –, bem como um dos três motores eléctricos de fluxo axial que o LB744 possui, todos eles com 150 cv cada. No eixo dianteiro estão os outros dois motores eléctricos, cada um associado à roda anterior, mantendo a potência de 150 cv, mas com binários de 350 Nm, em vez dos 150 Nm fornecidos pela unidade instalada entre o V12 e a caixa de velocidades.

Apesar da caixa possuir oito velocidades, todas elas são para a frente, prescindindo assim da marcha-atrás, que é assegurada pelos motores eléctricos. A nova caixa permite ainda reduções contínuas, caso o condutor mantenha a pressão na patilha da esquerda junto ao volante. Mas talvez que o maior trunfo da nova caixa seja o facto de ser extremamente compacta, com apenas 56 cm de comprimento e 75 cm de largura. Como a transmissão está atrás do motor, em vez de à frente, isso permitirá conceber um habitáculo mais espaçoso, ainda que apenas para dois ocupantes.

O novo Lamborghini LB744, também conhecido como o substituto do Aventador, é assim um coupé superdesportivo com dois lugares e quatro motores, sendo o principal o 6.5 V12, o melhor que a marca tem para oferecer. Mas o novo modelo recorre ainda a três motores eléctricos, um atrás dentro da caixa e dois à frente, no eixo dianteiro, que se revelam capazes de incrementar a potência total para 1015 cv, mas simultaneamente reduzir o consumo e emissões em 30%. Os motores alimentados por bateria associados a cada uma das rodas anteriores asseguram ainda o efeito estabilizador vectorial do LB744, modelo que necessita dos motores eléctricos para fazer marcha-atrás e para percorrer uma distância ainda não revelada em modo exclusivamente eléctrico, que deverá oscilar entre 10 e 15 km. Mais dados serão revelados muito em breve.