O novo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, admitiu esta segunda-feira que será difícil à China atingir a meta oficial de crescimento económico de “cerca de 5%” este ano, uma das mais baixas das últimas décadas.

“Temo que alcançar a meta de crescimento de cerca de 5% não vá ser fácil e exigirá muito esforço”, disse Li, na primeira conferência de imprensa após ser nomeado primeiro-ministro, durante a sessão plenária da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China.

A meta estipulada por Pequim para este ano, que causaria inveja à maioria das economias desenvolvidas, é, no entanto, uma das mais fracas dos últimos 40 anos para o país asiático.

Li Qiang, responsável pelos assuntos económicos, alertou para “novos desafios” para o crescimento, ao mesmo tempo que relativizou a importância do Produto Interno Bruto (PIB) no quotidiano da população.

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A economia chinesa cresceu 3%, em 2022, longe da meta inicial de 5,5%, à medida que a estratégia “zero casos” de Covid-19 e uma crise de liquidez no setor imobiliário pesaram sobre a atividade económica.

A política de “zero Covid” foi finalmente desmantelada em dezembro.

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Mas o crescimento na China continua a ser penalizado pela crise no imobiliário, um setor que, juntamente com a construção, representa mais de um quarto do PIB do país.

Li Qiang denunciou também o “cerco” e a “repressão” a Pequim por parte de Washington, num contexto de deterioração das relações entre as duas potências.

“A China e os Estados Unidos podem e devem cooperar. Se cooperarmos, podemos conseguir grandes coisas”, disse Li. Os dois países estão a travar uma batalha pelo domínio das indústrias do futuro.

Em nome da segurança nacional, Washington restringiu o fornecimento à China de “chips” semicondutores, componentes essenciais no fabrico de alta tecnologia.

As duas potências também mantêm diferendos em questões como Taiwan, direitos humanos, comércio ou o estatuto de Hong Kong.