A TikTok desvalorizou notícias que davam conta de apelos dos Estados Unidos para os proprietários chineses da rede social venderem as ações da aplicação, referindo que isso não ajuda a proteger a segurança nacional norte-americana.

A declaração surgiu na quarta-feira, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal (WSJ), que apontou que o Comité de Investimento Estrangeiro dos EUA, do Departamento do Tesouro, ameaçou banir nos Estados Unidos a aplicação se esta continuar nas mãos do grupo chinês ByteDance.

“Se proteger a segurança nacional é o objetivo, o desinvestimento não resolve o problema. Uma mudança de propriedade não vai impor quaisquer novas restrições ao fluxo ou acesso aos dados”, disse a porta-voz da TikTok.

“A melhor forma de lidar com as preocupações sobre a segurança nacional é com a proteção transparente, baseada nos EUA, dos dados e sistemas de utilizadores dos EUA, com monitorização, verificação e controlo robustos de terceiros, que já estamos a implementar”, acrescentou Maureen Shanahan.

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O WSJ citou “pessoas anónimas familiarizadas com o assunto”. O Departamento do Tesouro e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca recusaram-se a comentar.

No final de fevereiro, a Casa Branca deu a todas as agências federais 30 dias para eliminar a TikTok de todos os dispositivos governamentais.

EUA dão um mês às agências do governo para eliminarem TikTok

O Departamento de Administração e Orçamento da Casa Branca considerou a diretriz um “passo crítico na abordagem dos riscos apresentados pela aplicação a dados sensíveis do Governo”.

Algumas agências governamentais, incluindo os departamentos da Defesa, da Segurança Interna e do Estado, já implementaram restrições. A TikTok, versão internacional da aplicação chinesa Douyin, também já não é permitida nos dispositivos da Casa Branca.

O Congresso dos EUA aprovou em dezembro uma lei que proíbe a TikTok nos dispositivos do Governo, salvo em certos casos, nomeadamente para fins de segurança nacional, aplicação da lei e investigação.

Entretanto, legisladores tanto na Câmara como no Senado têm vindo a avançar com legislação que daria à administração Biden mais poder para impor mais restrições ao TikTok.

O Deputado Mike McCaul, presidente da comissão para os negócios estrangeiros da Câmara, tem criticado veementemente a rede social de vídeos curtos, defendendo que é utilizada pelo Partido Comunista Chinês para “manipular e monitorizar os utilizadores enquanto devora os dados dos norte-americanos para serem usados em atividades malignas”.

A TikTok é muito popular nos Estados Unidos, sendo utilizado por dois terços dos adolescentes no país. No entanto, há uma preocupação crescente de que Pequim possa apropriar-se dos dados dos utilizadores dos EUA, obtidos através da aplicação.

A empresa já desvalorizou a proibição da aplicação em dispositivos federais e observou que está a desenvolver planos de segurança e privacidade de dados como parte da revisão de segurança nacional em curso do Governo Biden.