O primeiro-ministro parte esta segunda-feira para a Coreia do Sul, onde fará uma visita de dois dias para procurar reforçar a cooperação política, científica e empresarial com um país que é a décima economia do mundo.

António Costa chega a meio da manhã de terça-feira a Seul acompanhado pelos ministros da Economia, António Costa Silva, da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e das Infraestruturas, João Galamba, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André.

A visita terá sobretudo uma dimensão económica, visando a captação de novos investimentos e a promoção de parcerias empresariais em áreas como os semicondutores e energias renováveis.

O primeiro dos dois dias de visita de António Costa a Seul terá uma tarde totalmente dedicada a visitas a empresas dos ramos das energias renováveis e dos semicondutores e termina com um jantar com algumas das principais multinacionais sul-coreanas.

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“É uma visita que vai ter um forte pendor económico. Há atualmente um reposicionamento bastante importante dos vários atores à escala global com a criação de novas cadeias de valor. Esta visita também vai servir para criar sinergias e, sobretudo, novas oportunidades para as empresas portuguesas num mercado tão importante e significativo à escala global como é o da República da Coreia”, declara à agência Lusa o secretário dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André.

Na terça-feira, o primeiro-ministro terá uma reunião com o grupo Hanwha, uma das empresas vencedoras do segundo leilão solar em Portugal, no qual conseguiu seis dos doze lotes a concurso para desenvolver projetos fotovoltaicos no Alentejo e no Algarve.

Visita depois a Hynix. Esta empresa e a também sul-coreana Samsung Eletronics ocupam respetivamente o terceiro e segundo lugar no ranking mundial dos maiores fabricantes de semicondutores.

Francisco André destaca que, em 2022, Portugal exportou cerca de 200 milhões de euros para a Coreia do Sul, país que regista “uma trajetória de crescimento, apesar do quadro complexo a nível internacional”.

“Cresceu durante 2022 cerca de 2,6% e é um país que está a fazer, também como Portugal, a sua transição para uma economia verde e digital. A República da Coreia tem hoje já interesses relevantes no mercado português, com a presença de empresas nos setores da energia, designadamente nas energias renováveis, mas também na indústria automóvel e nas tecnologias“, assinala o membro do Governo.

Na quarta-feira, logo pela manhã, em Seul, António Costa discursa num fórum de negócios Portugal/Coreia do Sul.

“Esta visita, dado o seu pendor económico, vai permitir darmos a conhecer melhor as características de Portugal enquanto país que atrai investimento estrangeiro. Um país com recursos humanos muito qualificados, que ocupa hoje no quadro da União Europeia o terceiro lugar dos países com mais engenheiros, que está aberto ao investimento estrangeiro e que possui excelentes infraestruturas, tanto do ponto de vista digital, como do ponto de vista dos transportes”, sustenta o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

De acordo com Francisco André, o primeiro-ministro, além de ter reuniões com algumas empresas sul-coreanas consideradas essenciais nos setores das energias renováveis, automóvel, tecnologia e semicondutores, procurará contribuir para “aumentar os fluxos de exportação de produtos portugueses, designadamente do setor agroalimentar”.

“A nossa expectativa é aumentar e aprofundar esse relacionamento económico. Por isso, encaramos de forma bastante positiva esta visita à República da Coreia, tendo em vista aprofundar a cooperação em setores fundamentais: automóvel, energias renováveis, eletrónico, biotecnológico e tecnológico. Por exemplo, no setor tecnológico, basta pensar que duas empresas coreanas fazem parte do conjunto dos três maiores produtores à escala global de semicondutores”, referiu.

Em relação à atual conjuntura económica mundial, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação procurou acentuar a relevância da inserção em novas cadeias de valor nos mercados internacionais.

“No quadro global estão a ser criadas cada vez mais novas cadeias de valor e um país como Portugal tem de se posicionar. No âmbito desta visita, importa perceber quais são as sinergias para em conjunto enfrentarmos estas alterações que se verificam à escala global e aproveitarmos essas oportunidades para os nossos agentes económicos”, acrescentou.