Augusto Santos Silva considera que episódios como a “reunião secreta” entre a ainda CEO da TAP, representantes do Governo e elementos do grupo parlamentar do PS não podem voltar a acontecer sob qualquer circunstância. “É um episódio que julgo que não se repetirá. Todos nós vamos aprendendo”, afirmou o presidente da Assembleia da República, demarcando-se do caso e exigindo que se preservem as “relações institucionais” entre todos os protagonistas.

Recorde-se que, na véspera de ir ao Parlamento prestar esclarecimentos sobre o dossiê TAP, Christine Ourmières-Widener teve um encontro por videoconferência com Carlos Pereira, deputado do PS e elementos dos Ministérios das Infraestruturas e dos Assuntos Parlamentares. Segundo a oposição, essa reunião terá servido para combinar perguntas e respostas antes da audição parlamentar da administradora. Depois de revelado caso, o Ministério de Ana Catarina Mendes garantiu não ter sido responsável por marcar aquela reunião, limitando-se a fazer a “ponte” entre as partes.

João Galamba, por sua vez, veio dizer que, afinal, tinha sido a TAP a pedir para participar na tal “reunião secreta” — versão que é contrária àquela que Christine Ourmières-Widener apresentou na comissão parlamentar de inquérito. Ora, o que Galamba não explicou (nem explica) é como é que a CEO teve conhecimento do encontro entre Governo e elementos do grupo parlamentar do PS sem que alguém a tivesse informado antes.

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Sem apontar responsáveis, Augusto Santos Silva deixou um recado que se aplica a toda a gente — grupo parlamentar do PS e João Galamba. “A minha recomendação é que se distinga sempre com clareza aquilo que é uma reunião a nível político e a nível técnico. Essas reuniões de natureza mais política não devem envolver outras personalidades que têm um perfil mais técnico ou responsabilidades institucionais”, sublinhou.

Repetindo várias vezes que aconselhava “vivamente” que se evitassem este tipo de confusões de planos, o presidente da Assembleia da República pediu ainda que fossem “preservadas sempre as relações institucionais” e que se evitasse usar um “nível de informalidade” que não se coaduna com a exigência das funções.

Galamba diz que TAP pediu para participar na reunião “secreta”. Ministro “não se opôs”