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De galinha, pato, leitão, farinheira ou legumes: as empadas chegam em força a Alvalade

Este artigo tem mais de 1 ano

De gelataria passou às empadas, de carne, peixe, legumes e até vegan. Para acompanhar, há sopas e sumos, servidos pelas novas caras da Rua Acácio Paiva, António e Lurdes Pedro.

A Empadaria Alvalade chegou ao bairro no início de 2023
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A Empadaria Alvalade chegou ao bairro no início de 2023

ANA BARROS/OBSERVADOR

A Empadaria Alvalade chegou ao bairro no início de 2023

ANA BARROS/OBSERVADOR

História

“Tirou-me a mim do bem bom”, brinca Lurdes. “Quando casamos é para o bem e para o mal”. Reformada depois de 39 anos na mesma empresa, os dias antes de janeiro de 2023 corriam-lhe suavemente: acordava cedo, passava tempo com as amigas, dava as suas voltas, lia, empenhava-se na hidroginástica. Agora é uma das caras da Empadaria de Alvalade, o negócio em que o marido, António Pedro, decidiu apostar.

Desencantado com o trabalho na banca depois de mais de duas décadas, o lisboeta de 59 anos decidiu em 2016 dar o salto para o desconhecido: “Mas tu tens a certeza que queres fazer isto”, perguntavam-lhe mesmo antes de encerrar aquele longo capítulo. Naquela fase, António Pedro já tinha ponderado bem, não havia grande margem para dúvidas, mesmo que ainda não houvesse um plano bem delineado.

As empadas têm valores entre 1,70€ e 2€.

ANA BARROS/OBSERVADOR

Aproveitou para descansar — “era o motorista do meu filho”, brinca — até que surgiu o desafio de uma amiga: abrir uma gelataria, naquele mesmo espaço da Rua Acácio Paiva. Uma aposta arriscada. “Temos aqui um problema: a Conchanata”, nota António Pedro. Meses depois, a concorrência ficou mais renhida: precisamente do outro lado da rua, mesmo em frente à popular casa de gelados da Avenida da Igreja, abriu a Mari. “Quando abriu a nova à frente disse que não valia a pena chovermos no molhado”, acrescenta António Pedro.

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O que é que, faltava, então no bairro? Embora a empada não seja espécie rara em Alvalade, encontrava-se dispersa por diferentes casas e limitada em matéria de tipologia. A ideia poderia funcionar — e aqui estamos nós a conversar, quatro meses depois da abertura, sentados num dos 18 lugares que perfazem a Empadaria de Alvalade. 

Espaço

De gelataria foi a empadaria, nos dois casos com equipamento preservado do dono anterior a estes dois projetos. Já havia frigorífico, havia forno. Foram necessárias algumas obras, nada demasiado estrutural.  A ideia passou por controlar os custos ao máximo, controlar investimentos, fazer as coisas de forma simples e ir melhorando conforme se fossem libertando meios.

Até porque é preciso enfrentar Alvalade. Bairro residencial repleto de serviços e programa, a “concorrência é muito forte”. Segundo o proprietário, “os negócios abrem e fecham, uns aguentam, outros não, quem tem fundo de maneio pode esperar, tem tempo, mas quem precisa de fundos a libertarem-se ao final do mês, não consegue.”

A Empadaria de Alvalade fica na Rua Acácio Paiva em Lisboa. À seleção de empadas, juntam-se as sopas e sumos naturais.

ANA BARROS/OBSERVADOR

Sem o turismo apertado de outras zonas da cidade, aqui o bom rumo de um negócio é à antiga e depende dos lojistas e dos residentes. Apesar de “altos e baixos”, este novo vizinho tem garantido “desde a primeira hora” clientela regular que frequenta a empadaria de 35 metros quadrados, de onde sobressaem as mesas laranja e, claro, a montra de empadas que anuncia o recheio de pato, vitela, legumes ou a clássica galinha.

Comida

Pato, vitela, legumes ou a clássica galinha, mas também porco preto, leitão, farinheira, cozido à portuguesa, espinafres e requeijão, alho francês e cogumelos e até uma opção vegan.

Antes de abrir a Empadaria de Alvalade, António Pedro fez o trabalho de casa e, para já sem meios para produzir o produto em loja, andou a visitar fornecedores e a provar várias opões. Entre os seleccionados, um é de Lisboa, outros são do sul. “A maior parte são empadas feitas no Alentejo por pequenos produtores.”

António Pedro, à frente da Empadaria, e a mulher, Lurdes Pedro.

ANA BARROS/OBSERVADOR

Com valores entre 1,7€ e 2€, a montra vai mudando consoante a vontade do freguês: “Experimentamos, as pessoas também nos dão feedback e vamos, assim, afinando a oferta. Há empadas que deixámos de comprar e outras que começámos a comprar mais.”

Na Empadaria de Alvalade, além do popular salgado, há ainda sopa da marca Marmita para acompanhar (vão, diariamente, variando entre cenoura, legumes, agrião, coentros ou courgete) e ainda sumos naturais.

Quem sabe, no futuro, pode ser que as empadas venham a nascer mesmo ali: “Já tivemos propostas de cozinheiros para fazermos nós as nossas próprias empadas. Vamos ver como corre, está tudo em cima da mesa, está a ser estudado.”

O que interessa saber:

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Nome: Empadaria de Alvalade

Abriu: janeiro de 2023

Onde fica: Rua Acácio Paiva 5B Lisboa 1700-003

O que é: uma loja de empadas, que também tem sopas e sumos. É possível consumir num dos 18 lugares distribuídos entre o interior e a esplanada.

Quem manda: António Pedro

Uma dica: Lurdes Pedro destaca que o espaço é pet friendly — não é uma formalidade, aqui os animais são mesmo bem-vindos.

Contacto:  965353402

Horário: segunda-feira a sábado, das 9h30 às 19h3.

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