A construção da primeira base aérea transfronteiriça deverá arrancar até ao final do verão, em Verín, Espanha, a cerca de 30 quilómetros de Chaves, Portugal, para reforçar o combate aos incêndios florestais na zona de fronteira.

Contactado pela agência Lusa, o presidente do Ayuntamiento (município) de Verín, Gerardo Seoane, adiantou que esta base aérea deverá estar operacional antes do verão de 2024 para reforçar a capacidade operacional de combate aos incêndios numa vasta área dos dois lados da fronteira.

Inserida no projeto Interlumes, promovido pela Junta da Galiza, a base aérea representa um investimento de cerca de nove milhões de euros.

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O presidente do município de Verín adiantou que, depois do processo de expropriação dos terrenos, será lançado o concurso público e que se prevê que a obra arranque até ao final do verão, devendo estar concluída em “seis, sete meses”.

A TSF noticiou que começou esta semana o processo de expropriação dos terrenos para a criação da primeira base aérea transfronteiriça entre Portugal e Espanha.

Gerardo Seoane acrescentou que os proprietários dos terrenos estão a ser notificados para esta expropriação, adiantando que o procedimento deverá estar “concluído em duas semanas”. Trata-se, frisou, de uma base aérea fronteiriça, pelo que permitirá uma “atuação muito mais rápida” no combate aos incêndios e que a dimensão dos fogos também seja menor.

A base aérea vai ser construída entre os municípios de Verín e Oímbra, a cerca de 30 quilómetros de Chaves, distrito de Vila Real, terá uma pista com 1.220 metros de comprimento e 80 metros de largura e capacidade para acolher diferentes tipos de aeronaves especializadas.

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O projeto foi apresentado em abril de 2021 e, na altura, a Junta da Galiza, em comunicado, explicou tratar-se de uma iniciativa aprovada no âmbito do programa de cooperação Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP).

Aquando desta apresentação, o presidente da Junta da Galiza, Alfonso Ruedas, disse que os incêndios que nos últimos anos “castigaram” uma área que tem tantos espaços protegidos obrigam a “posições conjuntas”, que se materializam nesta base aérea.

Já o conselheiro do Meio Rural da Junta da Galiza, José González, salientou que esta base aérea transfronteiriça vai permitir o aumento da eficácia na luta contra os incêndios que se registam na fronteira entre os dois países.

Do lado português, Nuno Chaves, vereador da Proteção Civil da Câmara de Chaves, realçou que a base área será uma infraestrutura que “dará um importante apoio no combate aos incêndios”.

“Quando os incêndios estão na zona da raia, é fundamental que haja logo uma participação e uma colaboração das entidades de ambos os países. Naturalmente vemos com bons olhos que sejam aprofundadas as bases de trabalho e de cooperação no combate aos incêndios porque os incêndios não têm limites territoriais”, afirmou o autarca português.

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O verão de 2022, marcado por grandes incêndios neste território é também um exemplo da cooperação transfronteiriça, já que os meios de ambos os países atuaram no combate a fogos dos dois lados da fronteira.

Para Nuno Chaves, é importante que a resposta seja cada mais “aprofundada, concertada e articulada” quer a nível dos meios aéreos, como dos meios terrestres.